terça-feira, 31 de maio de 2011

Disco fonográfico no Brasil

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A Banda da Casa Edison.

O primeiro suplemento de discos brasileiros foi lançado em agosto de 1902 pela Casa Edison, empresa pertencente ao importador Fred Figner, estabelecida à rua do Ouvidor n 107, no Rio de Janeiro RJ.

Os discos, originalmente chamados de chapas, eram gravados no Rio de Janeiro e fabricados na Alemanha, pela International Zonophone Co., subsidiária da Universal Talking Machine Co. Nesse suplemento eram apresentadas duas séries: a 10000 e a X-1000, respectivamente de sete e dez polegadas de diâmetro.

Assim, pode-se considerar o Zon-O-Phone n 10001, com o lundu Isto é bom, gravado pelo cantor Bahiano, como o primeiro disco brasileiro. Essas chapas, gravadas pelo sistema mecânico, o único na época, traziam fonogramas impressos nas duas faces. 

No final de 1904, a Casa Edison adotou a marca Odeon, então recém-fundada em Berlim, Alemanha, pela International Talking Machine Co. A partir de 21 de dezembro de 1912, os discos da Casa Edison passaram a ser prensados pela Fábrica Odeon, instalada pela International no Rio de Janeiro, e que seria a primeira de grande porte a funcionar na América do Sul. 

Durante o período em que vigorou no Brasil o sistema de gravação mecânica (1902-1927), foram lançados cerca de sete mil discos, a maioria pela Casa Edison e os demais por gravadoras de vida curta como a Faulhaber, a Phoenix e os discos Gaúcho. 

Em julho de 1927, já então pertencendo à Transoceanic Trading Co., a Odeon lançou o primeiro suplemento da era da gravação eletro-magnética no Brasil. Seu disco inicial, novamente de número 10001, trazia a marcha Albertina e o samba Passarinho do má, ambos de autoria do dançarino Duque e gravados pelo cantor Francisco Alves

Daí, até 1964, quando o padrão de 78 rpm foi abandonado no Brasil, seriam gravados nesse sistema cerca de 28 mil discos, num total de 56 mil fonogramas. A principio sozinha, a Odeon logo passaria na fase elétrica a compartilhar o mercado com a Victor (depois RCA-Victor) e a Columbia (depois Continental), até o final da década de 1940. 

Nas décadas seguintes, somaram-se a essas empresas a CBS, a Philips, a Copacabana, a RGE, a Polydor e mais algumas dezenas de marcas de efêmera duração. 

Criado em 1948, o long-playing (LP), micro-sulco de 33 1/3 rpm, fabricado em vinil, foi lançado comercialmente no Brasil em janeiro de 1951 pela empresa Sinter (utilizando o selo Capitol), trazendo o disco inicial músicas para o Carnaval desse ano. Outra novidade, o sistema de 45 rpm, que não vingou no mercado brasileiro, seria lançada em 1953. 

Mas o LP levaria alguns anos para ser implantado, só começando a suplantar o antigo sistema (juntamente com os formatos compacto simples e compacto duplo) a partir de 1958. Por essa época, as principais inovações tecnológicas que aperfeiçoaram no pós-guerra o processo de gravação — como o emprego da fita magnética e da máquina de múltiplos canais — já estavam incorporadas à rotina de produção de nossa indústria fonográfica, embora o uso da estereofonia só viesse a se popularizar na década seguinte, com a confecção dos chamados discos compatíveis, que funcionavam também em aparelhos monaural. 

Finalmente, com o mercado em expansão, a fonografia brasileira entrou em novembro de 1984 na era da gravação digital, com o lançamento pela Polygram do primeiro CD interpretado por artistas nacionais. 

Três anos depois, a empresa paulista Microservice inaugurava a primeira fábrica brasileira de CDs. Atuando em um país marcadamente musical, a indústria fonográfica brasileira alcançaria, em 1996, o sexto lugar no ranking mundial, com 94 milhões de discos vendidos, dos quais 90 por cento foram CDs.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha - 1998 - 2a. Edição - São Paulo

sábado, 21 de maio de 2011

Mauro Celso

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Mauro Celso, cantor e compositor, nasceu em 10/11/1951 na cidade de São José do Rio Pardo, SP, e faleceu em 15/4/1989, em Iguape, SP. Ficou famoso em 1975 após participar da segunda eliminatória do festival Abertura, da TV Globo, com a canção Farofa-fá.

Os jurados não gostaram da letra de Mauro, preferiram Carlinhos Vergueiro, com Como um ladrão e a música Muito tudo, de Walter Franco. O público que naquela noite de janeiro de 75, lotou o Teatro Municipal de São Paulo, não sentiu nas músicas dos outros participantes, a mesma empolgação clara e vibrante de Farofa-fá.

Mauro Celso foi lançado pela RCA no mercado fonográfico cantando duas músicas de sua autoria em compacto simples. De um lado do disco a famosa Farofa-fá, acompanhada por Coceira do lado B, ambas com arranjos do maestro Daniel Salinas.

Com a música Farofa-fá, o cantor conquistou posição privilegiada dentre as dez músicas mais tocadas do Brasil, público de todas as idades e principalmente o público infantil. Ganhou as paradas do rádio e tornou-se famoso nacionalmente da noite para o dia, com uma letra que ele mesmo considerava simples e portanto popular.

Bilu tetéia foi lançada no segundo compacto (duplo) de Mauro Celso, contendo além dessa música, Coisa com coisa (Mauro Celso e João Barata), Fumaçá e Coceira, que tentava pela segunda vez entrar no gosto do povo, mas foi rejeitada por se parecer tanto com a original Farofa-fá.

O LP Mauro Celso Para Crianças Até 80 Anos, veio envolto em alegria com 12 letras criativas e músicas contagiantes. Com direção artística de Osmar Zan e regências de Daniel Salinas, o LP trouxe ainda outros compositores além de Mauro, que assinou a maioria.

Além de Bilu tetéia, a música Coró-cocó, narrando a história do galo carijó, caiu no gosto da criançada e conquistou as rádios do país. Pelo sucesso que fazia com suas músicas, recebia convites de todos os estados do Brasil para fazer apresentações.

O autor de músicas alegres e que conquistou todos os públicos, em especial o público infantil da década de 70, morreu em abril de 1989 dentro dos destroços do carro que lhe conduzia ao encontro da mulher e do filho René.

Fontes: musicapopulardobrasil.blogspot.com; Memória da MPB; Wikipedia - A Enciclopédia Livre.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Gracia do Salgueiro

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Gracia do Salgueiro (Graciano Campos), compositor, cantor e percussionista, nasceu em Além Paraíba, Minas Gerais, em 19 de junho de 1927 e é autor de canções como 1800 colinas, Cortina do meu lar, Cuidado com a minha viola, Pagode do Gago, Dedo na viola, Pandeiro e viola, Presença de Noel (em parceria com Martinho da Vila), entre outras.

Gracia compôs a sua primeira música, Cortina do meu lar (gravada pela cantora Ademilde Fonseca), em 1958, mesmo ano em que ingressou na Ala dos Compositores da escola de samba carioca Acadêmicos do Salgueiro, na qual compôs seu primeiro samba-enredo. Ao longo da década de 1960, apresentava-se em programas de televisão e em clubes do Rio de Janeiro.

Em 1974, Gracia participou do LP Olé do Partido Alto (com vários artistas, como Catoni, Wilson Moreira, Edson Menezes e Ary do Cavaco, entre outros), no qual interpretou Zé Trocado, composta em parceria com Roberto Nunes. Ainda naquele mesmo ano, a cantora Beth Carvalho incluiu 1800 Colinas - canção de autoria de Gracia - no LP Pra Seu Governo. Graças ao sucesso desse samba, um dos primeiros da carreira da cantora, ela foi convidada a fazer uma turnê pela França, onde o disco seria também editado. 

No ano seguinte, mais duas canções do sambista foram gravadas: Jorginho do Império incluiu Na beira do mar, no LP Viagem encantada, e Beth interpretou Pandeiro e Viola, que deu título ao disco da cantora de 1975.

Nos anos seguintes, Beth Carvalho gravou Se você quiser e Cuidado com a minha viola. Outras duas cantoras interpretaram sambas de Gracia. Em 1978, Janaína gravou O tema é o dinheiro e Elizeth Cardoso regravou 1800 colinas - este, o maior sucesso do compositor.

Em 1986, participou, junto com os sambistas Aluísio Machado e David Correa, do álbum Pique Brasileiro, na qual foi incluída Pagode do Gago, grande sucesso de Gracia. A mesma canção foi incluída no único disco-solo da carreira do compositor, Gracia do Salgueiro, daquele mesmo ano.

No ano de 1997, o cantor Fabiano interpretou gravou Presença de Noel, parceria de Gracia com Martinho da Vila.

Com a participação da cantora Zélia Duncan, Beth Carvalho regravou o sucesso 1800 Colinas para o álbum Casa de Samba 4, de 2000. A mesma Beth incluiu esse samba no DVD Beth Carvalho - A Madrinha do Samba, gravado em 2004. Também naquele ano, a cantora Tereza Gama lançou o CD Aos mestres com carinho, no qual interpretou Dedo na Viola.

Fonte: Wikipedia - A Enciclopédia Livre.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Luiz Américo

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Luiz Américo (Américo Francisco Filho), cantor e compositor, nasceu na cidade de Santos, SP, em 22 de agosto de 1946. Começou cantando desde menino e foi no concurso de calouros do Sílvio Santos que "Américo Francisco", como era conhecido, despontou para o cenário nacional, ganhando todas as provas do concurso.

Surgiram convites de grandes gravadoras e aí já como Luiz Américo conseguiu seu primeiro sucesso, Desafio, mais conhecida como "Cuca cheia de cachaça" e daí em diante foram vários, Camisa dez, Filho da véia, Carta de alforria, Casa cheia, O gás acabou, Na hora da sede, entre tantos outros.

Foram oito discos de ouro e suas músicas executadas em todas as rádios do Brasil e exterior e imagem marcada pelo seu boné em todos os programas de TV da época, sem dúvida um dos maiores ídolos da geração da década de 1970 / 1980.

Seu maior sucesso foi a canção Camisa 10, que teve uma grande repercussão por falar da Seleção Brasileira de Futebol de 1974, que depois de se tornar tri-campeã no México, atravessava um período de altos e baixos para disputar a Copa da Alemanha de 1974. Vendeu milhares de cópias. Recebeu prêmios no Brasil e no exterior.

Hoje ele é dono de uma casa noturna chamada "Lucky Scope" no Guarujá, e seus filhos cantores no Grupo Feitiço (banda de samba) montaram uma casa de samba em sua homenagem com o nome de Typographia Brasil em Santos, onde o cantor se apresenta até hoje.

Seus sucessos já foram gravados por Clementina de Jesus, Ângela Maria, Alcione, Sílvio Caldas, Wilson Simonal e estão sendo re-gravados por cantores da atualidade como Zélia Duncan, Zeca Baleiro, Marcelo D2 entre outros. 

Viva o grande Luiz Américo que fez parte de minha vida, mesmo na tristeza, num jogo Brasil x Holanda, em que ele desabafa num bom humor: "desculpe seu Zagalo / mexe nesse time / que tá muito fraco...". Pensei que era carioca e hoje me deparo que é de Santos. E tomara que seja do Santos FC também, bi-campeão paulista de futebol.

Fonte: Wikipedia - A Enciclopédia Livre; O autor do blog, que vivenciou essa época.

sábado, 14 de maio de 2011

Tiffany Harp

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Tiffany Harp (Tiffany Helga dos Santos), cantora e instrumentista, nasceu na cidade de Itajaí, Santa Catarina, em 19/06/1986, e surpreende pela sua performance artística, principalmente quando toca e interpreta o bom, antigo e autêntico "blues".

É uma legítima gaitista de blues clássico referenciada no início dos anos 50, na era da eletrificação do blues das gravações da chess records. Tem como suas principais influências: Little Walter, Sonny Boy Willianson II e Big Walter Horton.

Logo cedo foi despertada pelo amor à esse gênero musical e pela harmônica aonde desde 2003 vem tocando e com uma evolução extraordinária chamando a atenção de todos cada vez mais, pela sua qualidade técnica e evolução em um período tão curto de tempo.

Destaca-se através de seu conhecimento sua virtuosidade e sua paixão por tocar o blues. Aliás, o dom é a sua virtude, mas a paixão é algo incomensurável, é uma força que essa artista tem dentro de si. Com uma pegada forte lembra ícones do blues da década de 50 e 60, o que é muito difícil de se ver nos dias de hoje.

Uma gaitista que sem dúvida nenhuma faz jus ao cenário nacional dos artistas de blues tradicional.

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Tiffany Harp no Greenwich Pub, casa noturna de Itajaí-SC.


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Um pouco sobre blues

O "blues" é uma forma musical vocal e/ou instrumental que se fundamenta no uso de notas tocadas ou cantadas numa frequência baixa, com fins expressivos, evitando notas da escala maior, utilizando sempre uma estrutura repetitiva.

Nos Estados Unidos surgiu a partir dos cantos de fé religiosa, chamadas "spirituals" e de outras formas similares, como os cânticos, gritos e canções de trabalho, cantados pelas comunidades dos escravos libertos, com forte raiz estilística na África Ocidental. Suas letras, muitas vezes, incluíam sutis sugestões ou protestos contra a escravidão ou formas de escapar dela.

Nos EUA o blues sempre esteve profundamente ligado à cultura afro-americana, especialmente aquela oriunda do sul dos Estados Unidos (Alabama, Mississipi, Louisiana e Geórgia), dos escravos das plantações de algodão que usavam o canto, posteriormente definido como "blues", para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho.

São evidentes tanto em seu ritmo, sensual e vigoroso, quanto na simplicidade de suas poesias que basicamente tratavam de aspectos populares típicos como religião, amor, sexo, traição e trabalho. Com os escravos levados para a América do Norte no início do século XIX, a música africana se moldou no ambiente frio e doloroso da vida nas plantações de algodão.

Porém o conceito de "blues" só se tornou conhecido após o término da Guerra Civil quando sua essência passou a ser como um meio de descrever o estado de espírito da população afro-americana. Era um modo mais pessoal e melancólico de expressar seus sofrimentos, angústias e tristezas. A cena, que acabou por tornar-se típica nas plantações do delta do Mississippi, era a legião de negros, trabalhando de forma desgastante, sobre o embalo dos cantos, os "blues".

Fontes: MySpace, Comunidade do Orkut, Wikipedia, Blog do Papa-Siri.