segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O tic-tac do meu coração

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Tic Tac do meu coração (samba) - 1935)---clique para ouvir amostra da música
- Alcir Pires Vermelho e Valfrido Silva

Tom: F#m
Introd: Bm F#m/C# D C#7 F#m

F#m
O tic-tac do meu coração
F#7 Bm
Marca o compasso do meu grande amor
D F#m
Na alegria bate muito forte
G#7
E na tristeza bate fraco
C#7
Porque sente dor

O tic-tic
F#m
O tic-tac do meu coração
F#7 Bm
Marca o compasso de um atroz viver
D F#m
É o relógio de uma existência
G#7
E pouco a pouco vai morrendo
C#7 F#m (C#7 F#m)
De tanto sofrer
E A
Meu coração já bate diferente
C#7 F#m F#7
Dando o sinal do fim da mocidade
Bm F#m
O seu pulsar é o soluçar constante
G#7 C#7
De quem muito amou na vida com sinceridade
E A
Às vezes eu penso que o tic-tac
C#7 F#m F#7
É um aviso do meu coração
Bm F#m
Que já cansado de tanto sofrer
G#7 C#7 F#m
Não quer que eu tenha nesta vida uma desilusão

Sonho de papel

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Sonho de Papel (marcha) - 1935 - Alberto Ribeiro--clique para ouvir amostra da música


E um balão vai subindo / Vem caindo a garoa
O céu é tão lindo / E a noite é tão boa
São João, São João / Acende a fogueira
No meu coração

Sonho de papel / A girar na imensidão
Soltei em teu louvor / Um sonho multicor
Oh meu São João

Meu balão azul / Foi subindo devagar
E o vento que soprou / Meu sonho carregou
Não vai mais voltar

Serenata

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Uma das primeiras composições da dupla Sílvio Caldas (foto) - Orestes Barbosa, "Serenata" foi adotada por Sílvio como marca musical de suas audições para o resto da carreira. Pela beleza de sua letra, carregada de romantismo - "Dorme, fecha este olhar entardecente / não me escutes nostálgico a cantar / pois não sei se feliz ou infelizmente / não me é dado, beijando, te acordar" -, muito bem musicada por Sílvio, "Serenata" é exemplo de modinha do século XX, indispensável em qualquer seresta de bom gosto. Seu sucesso, em 1935, abriu a grande safra de canções de amor que imperaria nos anos seguintes.
Serenata (canção, 1935) - Sílvio Caldas e Orestes Barbosa-clique para ouvir amostra da música
Am------------------------- F
Lá, rá, rá, rá, rá, rá,
----------------------------Am
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
---------------------E7
Lá, rá, rá, rá, rá, ri
-------------Am -------E7
La, ri, ri, ri

---Am---------------- E7 ---------Am----- F7
Dorme fecha este olhar entardecente
----------------------------------Am------ F7
Não me escutes nostálgico a cantar
----------------------------------Am
Pois não sei se feliz ou infelizmente
B7 ---------------------------------E7
Não me é dado beijando te acordar
-----A7------------------------- Bb7 ------A7
Dorme deixa o meu canto delirante
---------------------------------------Dm
Dorme que eu olho o céu a contemplar
----------------Eb°-------- Am ---------F7
A lua que procura diamante
---------------------E7 -----------Am------ E7
Para o teu lindo sonho ornamentar
----------Am---------------------- G7
Na serpente de seda dos teus braços
---------------------------------F7
Alguém dorme ditoso sem saber
----------------------E7 ----------A7
Que eu vivo a padecer
Dm -------------Am---------------------- F7
E o meu coração feito em pedaços
Vai sorrindo ao teu amor
--------E7
Mascarado desta dor
Am----------------------------- G7
No teu quarto de sonho e perfume
--------------------------------F7
Onde vive a sorrir teu coração
----------------------E7------ A7
Que é teatro da ilusão
------Dm-------------- Am
Dorme junto a teus pés
--------------------F7
O meu ciúme
Enjeitado e faminto
--------------Am
Como um cão.

Quase que eu disse

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silvio caldas

Quase que eu disse (valsa) - 1935 - Sílvio Caldas e Orestes Barbosaclique para ouvir amostra da música


A --------------------- A-------------- E7-------- A
Na febre dos meus desejos / Fui à procura de beijos
---------Gb7--------- Bm --Gb7 --Bm----------------- E7
Em bocas tão desiguais / -------E agora de beijos farto
---Gb7 -------------------B7-------------------------- E7
Tristonho volto pro quarto / Quero chorar nada mais

A ------------------------ A------------ E7---------- A
Sabiam quanto eu te amava/ Sabiam porque eu falava
------Gb7 -----------Bm-- Gb7 --Bm ----------Dm ---------A
A todos do meu amor / ------------E logo a vespa da intriga
------Gb7--------- B7 -----Dm -----------E7--------- A ----E7
Originou esta briga /---- Oh! Minha amiga, que horror

Am-------- C7 ----------B7
Um coração sem carinho
E7
---------É como um galho que perde o ninho
------------------------A7 -------------Dm---- Dm6 ----Am
Na fúria de um vendaval / ------E é triste o ninho rolando
----------------------B7------------------------------ E7
Um passarinho cantando em busca de um canto igual

G7 ------------------------C------------------------ E7
Oh! Quanta desgraça junta / Toda a cidade pergunta
------------------------A7-------- Dm-------------- Am
E vai dizendo o que quer / Na mágoa que me devora
-------------------------B7 -------E7------------ Am
Quase que eu disse agora / O nome desta mulher

Por causa dessa cabocla

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Por causa dessa cabocla (samba) - 1935 - Ary Barroso)--clique para ouvir amostra da música


À tarde
Quando de volta da serra
Com os pés sujinhos de terra
Vem a cabocla passar
As flores vão pra beira do caminho
Pra ver aquele jeitinho
Que ela tem de caminhar
E quando ela na rede adormece
E o seio moreno esquece
De na camisa ocultar
As rolas
As rolas também morenas
Cobrem-lhe o colo de penas
Pra ele se agasalhar na noite

Dos seus cabelos,
Os grampos são feitos de pirilampos
Que às estrelas querem chegar
E as águas dos rios que vão passando
Fitam seus olhos pensando
Que já chegaram ao mar
Com ela dorme toda a natureza
Emudece a correnteza
Fica o céu todo apagado
Somente com o nome dela na boca
Pensando nesta cabocla
Fica um caboclo acordado

Ouvindo-te

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Ouvindo-te (tango-canção) - 1935 - Vicente Celestino

Basta o castigo que vens dando
Está pouco a pouco me matando
Canto de ti só ouço o contracanto
No entanto queria ver
Justo seria conhecer
Quem vive a amar e adorar

A tua voz estou a ouvir
No entanto eu queria a ti sentir
És tão cruel, que mal te fiz
Que mesmo sem te ver sempre te quis
E teu prazer é que eu sofra de amor por ti
Que te ame sem te ver meu bem-te-vi
E bastaria que só uma vez te visse flor
Depois morrer dizendo bendito amor

Minha Palhoça

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Todas as delícias da vida campestre - o pomar, o riachão, a passarada, a fonte ao pé do monte - são aqui oferecidas à mulher amada, para ela trocar a cidade pelo sertão. Mas, por via das dúvidas, o convite é reforçado com a promessa de alguns bens da civilização - um rádio, uma Kodak... - pois, afinal, conforto nunca faz mal a ninguém.
Seguindo a linha "rancho-fundo", tão em moda na época, "Minha Palhoça" consagrou-se como um dos melhores sambas do gênero, enriquecendo simultaneamente o repertório de dois cantores: Luís Barbosa, que o popularizou no rádio, e Sílvio Caldas, que a gravou. Curiosa a história de Luís Barbosa. Considerado por muitos o grande sambista de sua geração, teve a carreira quase restrita ao rádio, gravando somente 21 discos.

Minha Palhoça (samba) - 1935 - J. Cascataclique para ouvir amostra da música

A7M  F#7  Bm7  E7/4   E7

A7M
Se você quisesse
E7 A7M
Morar na minha palhoça
E7
Lá tem troça, se faz bossa
A7M Bb° Bm7
Fica lá na roça à beira do riachão

E à noite tem um violão
C#7
Uma roseira
F#m7
Cobre a banda da varanda
F#7 B7
E ao romper da madrugada
G#7
Vem a passarada
E7
Abençoar nossa união

Bm7
Tem um cavalo
E7
Que eu comprei em Pernambuco
A7M
E não estranha a pista

Tem jornal, lá tem revista
A7 D
Uma kodak para tirar nossa fotografia

Vai ter retrato todo dia
Dm A7M
Um papagaio que eu mandei vir do Pará
F#m Bm7
Um aparelho de rádio-batata
E7 A7M
E um violão que desacata


(Solo de clarineta)

B7
Meu Deus do céu que bom seria…

A7M
Se você quisesse... (até)
E7
Abençoar nossa união

Bm7
Tem um pomar

Que é pequenino,
E7
É uma tetéia
A7M
É mesmo uma gracinha

Criação, lá tem galinha
A7
Um rouxinol
D
Que nos acorda ao amanhecer

Isso é verdade pode crer
Dm
A patativa
A7M
Quando canta faz chorar

(Repete 3 vezes):
F#m Bm7
Há uma fonte na encosta do monte
E7 A7M
A cantar chuá-chuá

Lágrimas

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Lágrimas (valsa) - 1935 - Cândido das Neves (Índio)--clique para ouvir amostra da música


Em---- Am------ Em---- Am---- Em--- Em/G
Ai, deixa-me chorar para suavizar
--------------B7
O que não sei dizer, mas sei sentir
Am ---------Am6------------------- B7
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
-------------------Em----- B7---- Em --Am ----Em--- Am
E ao próprio coração querer mentir / Rir é quase iludir
---------------E7 ----------------Am
É querer forçar o próprio coração a gargalhar
-----------Am6------- Em----- Gb7 ---B7--- Em------ E7
Quando ele está solitário na dor / ---A soluçar de amor
Am--------------------------- Em------------------ Em/G-- B7
É mais sublime a lágrima / Que exprime as nossas emoções
------------------Em -------------B7
Amenizando a alma cheia de ilusões
Am --------Am6------------------- Em
Do que sorrir para esconder a mágoa
-------------------Gb7------ B7----- Em
Que o olhar não diz / Não há ninguém feliz
Am----------- Am6-------------- Em
Quero fazer das lágrimas que choro
----------------B7---------------- Em
Estrelas a brilhar / Rosas de cristal
Do pranto emocional
Am
Mas se ela voltar
-----------------Em ----------------Gb7
Fulgente diadema então lhe ofertarei
---------B7--------- Em
Do pranto que chorei
Em -----Am----------- Em ---Am----------------- Em
Sim, quem nunca chorou /------- Certo nunca amou
-----------------B7
Talvez nem alma tenha para sentir
Am------- Am6------- B7
Não me faz inveja este prazer
Eu gosto até de padecer
----------------------Em---------- B7
Chorar é a mágoa em pérolas diluir
Em -----Am----- Em --Am
Mas quem quiser amar
------------------E7
Certo há de chorar
--------------------Am
Há de sentir morrer o coração
------------Am6--- Em -------Gb7
Porque o amor sendo belo falaz / Como os ais
-------B7 ----Em--- Am--- E
Se desfaz em ilusão

João Ninguém

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João Ninguém (samba) - 1935 - Noel Rosa --)clique para ouvir amostra da música

Intr.: E7M / Em6/G / B6 D#m7/A# G#m7 / C#7/9 / F#7/4
F#7 B7 / / /E7M(9)/G# / Em6/G / B6 / G#m7 / C#7/9 /
F#7/4 F#7 B6 E6 B6

B7M B7/4(9)
João Ninguém Que não é velho nem moço
B7(b9) E7M/9 Em6 D#7/13 D#7(b13) D#7
Come bastante no almoço Pra se esquecer do jantar...
D#7(b5) G#7/4(b9) G#7(b9) C#m7
Num vão de escada Fez a sua moradia
D° D#m7 G#m7 C#7/9 C7M C7/9 B6
Sem pensar na gritaria Que vem do primei__ro andar
B7/4(9) B° F#m7
João Ninguém Não trabalha e é dos tais
D° C#m7(b5) B7M E6 B6
Mas joga sem ter vintém E fuma Liberty Ovais
B7/4(9) B7(b9) E7M D#7 G#m7
Esse Jo______ão nunca se expôs ao perigo
B° B6 C#7/9 F#7 Fm7(b5) Em6
Nunca teve um inimigo Nunca teve opinião

B7M B7/4(9)
João Ninguém Não tem ideal na vida
B7(b9) E7M/9 Em6 D#7/13 D#7(b13) D#7
Além de casa e comida Tem seus amores também
D#7(b5) G#7/4(b9) G#7(b9) C#m7
E muita gente que ostenta luxo e vaidade
D° D#m7 G#m7 C#7/9 C7M C7/9 B6
Não goza a felicidade Que goza João Nin___guém!
B7/4(9) B° F#m7
João Ninguém não trabalha um só minuto
D° C#m7(b5) B7M E6 B6
E vive sem ter vintém E anda a fumar charuto
B7/4(9) B7(b9) E7M D#7 G#m7
Esse Jo______ão nunca se expôs ao perigo
B° B6 C#7/9 F#7 B7/4 B7
Nunca teve um inimigo Nunca teve opinião

Inquietação

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Fez muito sucesso em 1935 o filme "Favela dos Meus Amores", dirigido por Humberto Mauro, cuja história se passava num morro carioca. Estrelado por Rodolfo Mayer, Carmen Santos, Armando Louzada e com Sílvio Caldas atuando como cantor e ator, o filme apresentava uma rica trilha sonora, em que se destacavam os futuros clássicos "Torturante Ironia" e "Quase que Eu Disse" (de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) e o extraordinário samba "Inquietação", de Ary Barroso: "Quem se deixou escravizar / e num abismo despencar / de um amor qualquer..." Infelizmente, as imagens de "Favela dos Meus amores", um marco no início de nosso cinema falado, perderam-se para sempre, só restando as canções que foram gravadas.

Inquietação (samba) - 1935 - Ary Barroso--clique para ouvir amostra da música

Em7/9      D7/9       C7/9
Quem se deixou escravizar
D7/9 C7/9 B7/9+
E no abismo, despencar
Em7/9 F#m7/9 F7/9
De um amor qualquer
Em7/9 D7/9 C7/9
Quem, no aceso da paixão
D7/9 C7/9 Am7/9
Entregou o coração
D7/5+ G7+ G6 Am6
A uma mulher
D7/9- G7+
Não soube o mundo compreender
F#m7 B7/9- Em7
Nem a arte de viver
F#m6
Nem chegou, mesmo de leve, a perceber
B7/9 C7/9
(Ai, meu Deus)
D7/9 C7/9
Que o mundo é sonho, fantasia
D7/9 C7/9
Desengano, alegria
B7/9- Em7/9 Bm7/5-
Sofrimento, ironia
E7/9- Bm7/5- E7/9- Am7
Nas asas brancas da ilusão
F7/13 Am7 D7(9/4)
Nossa imaginação
D7/9- G7+
Pelo espaço vai
B7/5+ Em7/9
Vai, vai
D7/9 G7+
Sem desconfiar
Em7 F#7/13 F#7/5+
Que mais tarde cai
B7/9 B7/9- Em7/9
Para nunca mais voar

Implorar

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Um dos maiores sambas dos anos trinta é "Implorar", vencedor do carnaval de 1935. Com uma letra comum, sobre um amor contrariado ("Implorar só a Deus / mesmo assim às vezes não sou atendido..."), "Implorar" tem na melodia da primeira parte a razão de seu sucesso.
Assinado por Kid Pepe, Germano Augusto e João da Silva Gaspar, teve a autoria contestada na imprensa, assim que começou a aparecer. Numa reportagem no Correio da Noite foi divulgado que o verdadeiro autor seria Cedar Silva, o Cedá, um sambista falecido que dirigira a escola de samba Mocidade Louca, do Morro de São Roque. A seguir, noutro jornal, um primo de Cedá chamado Divino dizia-se co-autor e acusava João Gaspar de haver roubado o samba para vendê-lo a Kid Pepe por trinta mil réis.
O dramático da situação era que Divino estava doente, num leito de hospital. Mas, como sempre ocorria em casos dessa natureza, ninguém possuía provas para a acusação, acabando por prevalecer a versão de Kid Pepe: "João Gaspar me mostrou um estribilho que gostei. Consegui então autorização dele, por escrito, para consertar o estribilho (que estava quebrado) e compor uma segunda parte e a introdução. Desse jeito fizemos Implorar. Agora, se provarem que o coro apresentado pelo Gaspar não lhe pertence, darei à família do falecido a parte dele".

Implorar (samba/carnaval) - 1935 - Kid Pepe, Germano Augusto e João da Silva Gaspar

Implorar, só a Deus / Mesmo assim
As vezes não sou atendido / Eu amei e não venci
Fui um louco / Hoje estou arrependido

Foi-se o meu sonho azulado / Minha ilusão mais querida
Perdi o meu bem amado / Minha esperança na vida
Passei a vida implorando / Aquela infeliz amizade
Tudo na vida se passa / Loucuras da mocidade

Hoje no mundo sozinho / Relembrando o meu passado
Não tenho mais um carinho / Na vida, tudo acabado
Fui um louco, eu bem sei / Implorar tua beleza
Pelo seu amor fiquei / Contemplando a natureza

Grau Dez

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Apesar do predomínio do samba enredo a partir da década de 1970, há em quase todo baile carnavalesco um momento em que a orquestra toca antigos sucessos, sempre presentes na memória dos foliões. Desse repertório fazem parte obrigatória as marchinhas de exaltação a tipos femininos, como "Grau Dez", a nota que Ary Barroso e Lamartine Babo deram à morena no carnaval de 35. Eleita nos versos "rainha da cabeça aos pés", a morena recebe ainda galanteios de vários gringos, como o inglês, o francês e o alemão, que diz "iá corraçon", uma tirada típica de Lamartine.
Grau Dez (marcha/carnaval) - 1935 - Lamartine Babo e Ary Barroso--clique para ouvir amostra da música

                      D   Ebº   A7                    D        D7
A vitória de ser tua, tua, tua, moreninha prosa
G D7 G
Lá no céu a própria lua, lua, lua não é mais formosa
A7 D
Rainha da cabeça aos pés
E7 A7 D
Morena eu te dou grau 10

Ebº A7 Ebº A7 D
O inglês, diz: "yes, my baby!"
G Gb7 Gb7 Bm
O alemão, diz: "Yá, corraçon!"
G D
O francês, diz: "Bonjour, mon amour!"
A7 A7 D
Trés bien! Trés bien! Trés bien!
Ebº A7 Ebº A7 D
O argentino, ao te ver tão bonita
G Gb7 Gb7 Bm
Toca um tango e só diz: "Milonguita"
G D
O chinês diz que diz, mas não diz
A7 A7 D
Pede bis, pede bis, pede bis!

Foi ela

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Foi ela (samba) - 1935 - Ary Barroso-- clique para ouvir amostra da música

Em7/9   E7/9-       Am7          D7/9  Am7 D7/9 B7/5+
Quem quebrou meu violão de estimação
Em7/9 Cm6 B7/5+ Em7/9
Foi ela!
D11 A7/C# C7+ B7/4 B7/5+
Quem fez do meu coração seu barracão
Em7/9 B7/5+ Em7/9
Foi ela!

Eb7/9 D7(9/4) D7/9
E depois me abando...nou, ô, ô, ô, ô
G6 B7/F# Em
Minha casa se despovoou
D11 A7/C# C7+ B7/4 B7/5+
Quem me fez tão infeliz só porque quis
Em7/9 E7/9- Am
Foi ela!

Am7+ Am7* Am6 Em
Foi um sonho que findou, ô, ô
Em5+ Em6 C7 B7/5+ Em7/9
Um romance que acabou, ô, ô
D11 A7/C# C7+ B7/4 B7/5+
Quem fingiu gostar de mim até o fim
Em7/9
Foi ela!

Feitiço da Vila

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Noel Rosa amou Vila Isabel, o bairro onde nasceu, viveu e morreu. Não é assim de admirar que imortalizasse esse amor em uma de suas melhores composições, o clássico "Feitiço da Vila". Sobre uma melodia de Vadico muito bem elaborada, ele desenvolveu versos que a enaltecem, ressaltando sua ligação com o samba ("São Paulo dá café / Minas dá leite / e a Vila Isabel dá samba" ), samba que enfeitiça e dignifica ( "Tendo o nome de princesa / transformou o samba / num feitiço decente / que prende a gente" ), uma Vila Isabel, enfim, a que o poeta se orgulha de pertencer ("Paixão não me aniquila / mas tenho que dizer / modéstia à parte / meus senhores, eu sou da Vila").
Tudo isso dito assim de forma clara, objetiva, mas sem prejuízo do lirismo, é bem característico da poesia de Noel. Lançado em dezembro de 1934, em meio ao repertório carnavalesco, "Feitiço da Vila" é dedicado a Lela Casatle, uma beldade do bairro, então eleita Rainha da Primavera. Como se vê, a Vila não dava apenas samba...

Feitiço da Vila (samba) - 1935 - Noel Rosa e Vadico-- clique para ouvir amostra da música
Tom: C

C E7 F
Quem nasce na lá Vila / Nem sequer vacila
E7
Em abraçar o samba
F G7 C A7
Que faz dançar os galhos do arvoredo
D7 G7 C G7
E faz a lua nascer mais cedo

C E7 F
O sol da Vila é triste / Samba não assiste
E7
Porque a gente implora:
F G7 C A7
Sol pelo amor de Deus não venha agora
D7 G7 C A7
Que as morenas vão logo embora . . .

Dm Bb7 Dm
A Vila tem um feitiço sem farofa
Fm G7 C E7
Sem vela e sem vintém / Que nos faz bem
Am E7 Am
Tendo nome de princesa
B7 Em D7 G7
Transformou o samba num feitiço decente

Que prende a gente

C E7 Am
Lá em Vila Isabel/ Quem é bacharel
F E7 F G7 C A7
Não tem medo de bamba / São Paulo dá café, Minas dá leite
D7 G7 C G7 C E7
E Vila Isabel dá samba,/ Eu sei tudo que faço
F E7
Sei por onde passo / Paixão não me aniquila
F G7 C A7
Mas tenho que dizer, modéstia à parte
D7 G7 C Fm C
Meus senhores eu sou da Vila !

Eva querida

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Eva Querida (marcha/carnaval)- 1935 - Benedito Lacerda e Luís Vassalo--clique para ouvir amostra da música


Dm-------- A7
Eva querida
----------------------Dm
Quero ser o teu Adão
----------------------A7
Dar-te-ei o meu amor
A minha vida
-------------------Bb7-- A7-- Dm
Em troca do teu co.....ra.....ção


Hei de conquistar
O teu amor, se Deus quiser
Gm-------------- A7
Custe o que custar
Dm
Haja o que houver
Gm -------A7--------- Dm
Serei capaz de qualquer prejuízo
--E7-------- A7------- Dm
Mas te darei um paraíso

Adeus batucada

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Carmen Miranda

Entusiasmada com o samba "Coração", Carmen Miranda propôs ao autor, Synval Silva: "Se você me trouxer uma música que alcance a metade do sucesso de ‘Coração', eu lhe darei três contos de réis". E Sinval trouxe-lhe "Adeus Batucada", que suplantaria "Coração" e outros sucessos, tornando-se um dos números mais representativos de seu repertório.

Choroso, sentimental, um belo canto de despedida ( "Adeus! Adeus! Meu pandeiro do samba / tamborim de bamba, já é de madrugada / vou-me embora chorando..."), "Adeus Batucada" foi executado no carrilhão da Mesbla, por ocasião do funeral de Carmen Miranda.

Adeus Batucada (samba) - 1935 - Sinval Silva--clique para ouvir amostra da música

Intr.: Gb7/9+   F7/9+   E7/9+   Eb7/9+


D Em
: Adeus
F#m Em
A-a-adeus
D
Meu pandeiro de bamba
F#m
Tamborim de samba
B7 Em
Já é de madrugada
Em5+ A7
Vou me embora chorando
Em A7
Com o meu coração sorrindo

E vou deixar todo mundo
Fº D A7
(1ª) Valorizando a batuca...da :
D A7
(2ª) Valorizando a batucada

Dm A7 Dm
Criança com o samba eu vivia sonhando
D7 Gm
Acordado eu estava tristonho, chorando

Jóia que se perde no mar
Em7/5- Dm
Só se encontra no fundo
E7
Samba, mocidade
A7 Dm
Sambando se goza neste mundo
A7 Dm A7 Dm
E do meu grande amor eu sempre me despedi cantando
D7 Gm
Mas da batucada agora eu despeço chorando
Em7/5- Dm
Guardo no lenço uma lágrima sentida
E7
Adeus batucada,
A7 D A7
Adeus batucada querida

Conversa de botequim

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Não existe em nossa música popular crônica mais espirituosa sobre uma cena do cotidiano que a realizada por Noel Rosa em "Conversa de Botequim". Localizada em um café, ambiente que o autor conhecia como ninguém, a crônica tem como personagem principal um freguês desabusado que, ao preço de uma simples média com pão e manteiga, acha-se no direito de agir como se estivesse em sua casa.
Assim, em ordens sucessivas, ele exige do garçom atendimento rápido e eficiente : "Seu garçom faça o favor / de me trazer depressa / uma boa média que não seja requentada/ um pão bem quente com manteiga à beça / um guardanapo / um copo d'água bem gelada..." -, que inclui ainda o fornecimento de "caneta, tinteiro, envelope, cartão, cigarro, isqueiro, cinzeiro, revistas, o resultado do futebol" e até "o empréstimo de algum dinheiro", pois deixara o seu com o bicheiro.
Tudo isso fiado, pois, para terminar, o sujeito ordena: "Vá dizer ao seu gerente / que pendure essa despesa / no cabide ali em frente". Completa esta obra-prima uma melodia sincopada de Vadico, que se casa com a letra de forma primorosa, como se as duas tivessem sido feitas ao mesmo tempo, por uma mesma pessoa. Noel Rosa é o melhor intérprete de "Conversa de Botequim", uma de suas composições mais gravadas. No seu jeito simples de cantar, ele "diz" a letra com a naturalidade com que um malandro daria todas aquelas ordens a um garçom de botequim.
Conversa de botequim (samba) - 1935 - Noel Rosa e Vadicoclique para ouvir amostra da música
G A A/G F#m7 C7 B7 E7(4) E7 Bb7 A7 Eb7 D7 C7(#9) B7(#9)

B7(#9) Em7 A7 D
Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
B7 Em7 A7 D D/C
Uma boa média que não seja requentada
G/B F#/Bb Bm7/A
Um pão bem quente com manteiga à beça,
E/G# E7(4) E7 A7
Um guardanapo e um copo d'água bem gelado

B7(#9) Em7 A7 D
Feche a porta da direita com muito cuidado
B7 Em7 A7 D D/C
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
G/B Gm/Bb D/A
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Bm7 E7(9) A7 D D/C
Qual foi o resultado do futebol

G/B B7/D# Em7 G7
Se você ficar limpando a mesa
C7 B7(9) B7(b9)
Não me levanto e nem pago a despesa
E7(4) E7 A7
Vá pedir ao seu patrão uma caneta, um tinteiro
D D/C
Um envelope e um cartão

G/B B7/D# Em7 G7
Não se esqueça de me dar palitos
C7 B7(9) B7(b9)
E um cigarro pra espantar mosquitos
E7(4) E7 A7 G4
Vá dizer ao charuteiro, que me empreste umas revistas
D7 B7(#9)
Um isqueiro e um cinzeiro

Telefone ao menos uma vez para 34-4333
E ordene ao seu Osório
Que me traga um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório

Seu garçom me espreste algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure essa despesa no cabide ali em frente

Boneca

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Boneca (valsa-canção) - 1935 - Benedito Lacerda e Aldo Cabral--clique para ouvir amostra da música


-----Em------- B7--------- Em
Eu vi numa vitrine de cristal
----------------B7 ---------Em ----E7
Sobre um soberbo pedestal
-------------------------Am
Uma boneca encantadora
B7----------------------------------------- Em----- Em/G
No bazar das ilusões, no reino das fascinações
Gb7------------------------------ B7
Num cenário de dor todo de amor


---------Em---------- B7-------- Em
Seus lábios entreabertos a sorrir
-------------B7-------- Em----- E7
Na boca rubra a seduzir
---------------------Am
Como se fossem de verdade
-----------Am6-------- Em
Eram dois rubis serenos
----------------------Gb7----- B7--- Em ----Em/G
Dois símbolos carmenos de felicidade

B7
Seu cabelo tinha a cor do sol
---------Em
A irradiar rubros raios de amor
----------B7
Seus olhos eram circunvagos
----------Em--------------- Em/G
No romantismo azul dos lagos

-----------B7
Mãos ideais braços divinais
----------------------Em
O corpo algo sem par
Os pés muito pequenos
-----B7
Enfim eu vi nessa mulher
------------------Em
Uma perfeita Vênus

A última estrofe

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Além de ter a melhor letra e a melhor melodia de Cândido das Neves, "A Última Estrofe" é sua canção mais popular. Não há seresteiro que a desconheça, com seus versos apaixonados ( "Lua, vinha perto a madrugada / quando em ânsias minha amada / nos meus braços desmaiou..."), tão representativos do parnasianismo exarcebado de seu autor. E por falar em seresteiro, coube a Orlando Silva uma participação importante na história de "A Última Estrofe". Gravada inicialmente por Fernando Castro Barbosa, foi na voz de Orlando que a composição tornou-se um sucesso, acompanhando-o por toda a carreira.

A última estrofe (valsa-canção) - 1935 - Cândido das Neves (Índio)--clique para ouvir amostra da música

(Dm)           (Gm)    (Dm)             (E7)
A noite estava assim enluarada, quando a voz
(
Dm) (E7) (A7) (Dm)
Já bem cansada / eu ouvi de um trovador
(
Dm) (Gm) (Dm)
nos versos que vibravam de harmonia, ele em
(
Eb) (Dm) (E7) (A7) (Dm) (A7) (Dm)
lágrimas dizia / da saudade de um amor
D7 Gm
Falava de um beijo aapaixonado, de um amor
Dm Bb7 A7 D7
desesperado, que tão cedo teve fim
Gm Dm
E, dos seus gritos e lamentos, eu guardei no pensamento
E7 A7 (Dm) (A7) (Dm) (A7)
uma estrofe que era assim:

ESTROFE:

D A7 D Bm
Lua, vinha perto a madrugada, quando, em ânsias, minha amada
Em B7 Em A7
em meus braços desmaiou. E o beijo do pecado
D A7
em seu véu estrelejado/ a luzir glorificou
D A7 D B7
Lua, hoje eu vivo tão sozinho, ao relento, sem carinho
Em Gm D
na esperança mais atroz, / de que cantando em noite linda
B7 E7 A7 D (A7) (Dm)
esta ingrata, volte ainda, escutando a minha voz
(
Dm) (Gm) (Dm) (Eb) (Dm)
A estrofe derradeira merencórea revelava toda a história
(
E7) (A7) (Dm) (Dm) (Gm) (Dm)
de um amor que não morreu. E a lua que rondava a natureza,
Eb (Dm) (E7) (A7) (Dm) (A7) (Dm)
solidária com a tristeza/entre as nuvens se escondeu.
D7 Gm Dm
Cantor! Que assim falas à lua, minha história é igual à tua
Bb7 A7 D7 Gm
meu amor também fugiu. Disse a ele em ais convulsos
Bb7 (E7) (Dm) (A7) (Dm) (A7)
Ele então entre soluços toda a estrofe repetiu

Lua . . . . (estrofe)

Uma andorinha não faz verão

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Esta andorinha teve dois verões. O primeiro em 1931, com letra e música de João de Barro, gravada por Alvinho, e o segundo em 1934, quando Lamartine Babo entrou na parceria e a marchinha tornou-se sucesso na voz de Mário Reis.
A reunião dos dois maiores autores de marchas carnavalescas deu-se por iniciativa de Lamartine que, admirador do refrão ("Vem moreninha / vem tentação / não andes assim tão sozinha / que uma andorinha / não faz verão"), propôs a Braguinha fazer uma nova segunda parte.
Proposta aceita, ele prontamente cumpriu a tarefa, apresentando música e letra que complementavam com perfeição o estribilho. Na verdade, as românticas estrofes originais eram boas, mas muito extensas. Lamartine preferiu compor versos mais carnavalescos, sobre uma melodia de oito compassos (o original tinha dezesseis), o que sem dúvida contribuiu para o sucesso.
Uma andorinha não faz verão (marcha/carnaval) - 1934 - João de Barro e Lamartine Baboclique para ouvir amostra da música

( Am )
Dm Am E7 A7
Vem moreninha / vem tentação
Dm Am
Não andes assim tão sozinha
B7 E7 Am
Que uma andorinha não faz verão

Dm E7
Dizem morena / Que teu olhar
Am
Tem correntes de luz que faz secar
( Am ) Dm
O povo anda dizendo / Que essa luz do teu olhar
E7
A Light vai mandar cortar.

Tu

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Embora o forte de Ary Barroso sejam as melodias, vez por outra ele acertava em cheio nas letras, como acontece no samba-canção "Tu", uma das raras composições não carnavalescas a se destacarem em 1934.
Simples, quase uma miniatura, econômico até no título, "Tu" dá o seu recado de maneira sintética, em linguagem telegráfica, um primor de concisão ("O mais lindo luar: tu / a beleza do mar: tu..."), contrastando na forma e no bom gosto com o romantismo prolixo de tantas canções da época.
Tu (samba-canção) - 1934 - Ary Barroso---clique para ouvir amostra da música
 A7M        Bb0     Bm7 Bb7/9
Teu olhar é um sonho azul
A7M Bb0 Bm7 Db7
Teu sorriso uma promessa louca
Gbm7 Ab7 Dbm7
Teus lábios duas jóias de coral
B7 Bm7 E7 Gbm7
No engaste sensual da tua boca
                  Bm7  D/E
O mais lindo luar, tu
A7M G7 Gb7
A grandeza do mar, tu
Só te quero a ti
B7
Só te sinto a ti
Bm7 E7 A7M
Só palpito por ti
Gb7 Bm7 E7 A
És minha vida, querida

Se a lua contasse

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Se a lua contasse (marcha/carnaval) - 1934 - Custódio Mesquita

----------------C
Se a lua contasse
----G7-------- C
Tudo o que vê
-------------------A7
De mim e de você
-------------------------Dm
Muito teria o que contar
---------Fm------------------ C
Contaria que nos viu brigando
-----------C/E-- Ebº --Dm
E viu você--- chorando
-----------G7 ---------C
Me pedindo pra voltar


--------------Am- --A7------ Dm
Somente a lua foi testemunha
--------------C ----------G7
Daquele beijo sensacional
----------------A7------------ Dm
Nesse momento foi tal o enlevo
------------------Am--- B7 -E7- Am
Que a própria lua sentiu-se mal

--------------Am---- A7----- Dm
Só as estrelas que cintilavam
---------------G7 -----------C
Hoje dão conta do que se viu
------------------A7----------- Dm
Contam que a lua foi desmaiando
--------------Am ----B7-- E7-- Am
Caiu nas ondas, boiou. . . sumiu

Ride Palhaço

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Ride Palhaço (marcha/carnaval) - 1934 - Lamartine Babo---clique para ouvir amostra da música

Dm
Ride palhaço
Gm6 A7 Dm
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
C7 F
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
E7 A7
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
Há, há, há...
Dm
Ride palhaço
Gm6 A7 D
Lá, rá, rá, rá, rá, rá

A7 A7
Eu sou o teu Pierrô
D
Colombina, Colombina
D7
Reparte esse amor
G
Metade pra mim
D B7 E7 A7 D
Metade pro teu Ar..lequim

Por teu amor

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Por Teu Amor (valsa - 1934) - Francisco Alves e Orestes Barbosa-clique para ouvir amostra da música


Ordena, fala, insinua / Diz o que queres de mim
Jardineiro da amargura / Eu tenho um triste jardim
As rosas nascem na mágoa / Só estas posso colher
Banhadas sempre na água / Do pranto do meu viver

Outras mulheres no meu cantar
Pensam que é delas a minha dor
Mas se tu queres manda calar
Tudo o que eu canto por teu amor
Só nesta valsa eu te diria
Como é tão falsa minha alegria
Como é mentira o meu cantar
Quando o teu nome vivo a ocultar

O orvalho vem caindo

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Do romântico Agora é cinza ao espirituoso O orvalho vem caindo o repertório do carnaval de 34 ofereceu opções para todos os gostos. Explorando um estilo que lhe rendera o bem sucedido Com que Roupa?, Noel Rosa apresenta aqui um personagem boêmio que dorme ao relento, passa mal e canta a própria miséria de forma engraçada, parecendo não ligar para o azar. Mas este samba curioso tem em sua história um enigma jamais esclarecido: por que razão Kid Pepe - que até tinha fama de falso compositor entrou na parceria? Entrevistado na época sobre o assunto, Noel desconversou: "Não devemos dizer. É segredo nosso".
O orvalho vem caindo (samba) - 1934 - Noel Rosa e Kid Pepe --clique para ouvir amostra da música

---------------------C7M ---Dm --------E--------------- Am ------D7
O orvalho vem caindo / --------Vai molhar o meu chapéu
-----------------------G7--------------- Gb0
E também vão sumindo / As estrelas lá no céu
C7M ---------G7------- C7M
Tenho passado tão mal / A minha cama é uma
G7 ------------C7M
folha de jornal

--------------Dm------ E -----------Am
Meu cortinado é o vasto céu de anil
--------------------D7------------- G7
E o meu despertador é o guarda civil
Que o salário ainda não viu - ESTRIBILHO

--------------Dm----- E -------Am
O meu chapéu vai de mal a pior
--------------D7 ---------------------G7
E o meu terno pertenceu a um defunto maior
Dez tostões no Belchior - ESTRIBILHO

-------------Dm----------- E------------- Am
A minha sopa não tem gosto, nem tem sal
---------------------D7 --------------------G7
Se um dia passo bem, dois e três passo mal
Isto é muito natural - ESTRIBILHO

-------------Dm-------- E --------A
A minha terra dá banana e aipim
----------------------D7------------------------ G7
Meu trabalho é achar quem descasque por mim
Vivo triste mesmo assim - ESTRIBILHO

Na batucada da vida

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Na batucada da vida (samba, 1934) - Ary Barroso e Luiz Peixoto--clique para ouvir amostra da música

Int.: (A7 D7/9) A7+
Dm7/9 E7/9- A7+
No dia em que eu apareci no mundo
Dm7/9 Bm7 E7/9 C#m7 Bm7
Juntou uma porção de vagabundo
A7+
Da orgia
D#7/9 D7+/9 G#m5-/7 C#7/9- F#m7
De noite, teve samba e batucada
Em7 Ebm7
Que acabou de madrugada
G#7 C#m7 C7 Bm7 E7/9
Em grossa pancadaria
Dm7/9 E7/9 A7+
Depois do meu batismo de fumaça
Em7+ Em7 A6/7 D7+
Mamei um litro e meio de cachaça
G#6/7 G6/7
Bem puxado
D7+/9 G6/7 C#m7
E fui adormecer como um despacho
F#m7 Em7 Ebm7 G#7 C#m7 F#/G#
Deitadinha no capacho na porta dos enjeitados
C#m7 A#5+/7 D#m7 G#5+/7 C#m7 A#5+/7
Cresci olhando a vida sem malícia
D#m7 G#5+/7 C#m7
Quando um cabo de polícia
E/f# D#m7 Em7 A5+/7
Despertou meu coração
Dm7 G6/7 C#m7
E como eu fui pra ele muito boa
F#m7 Bm7
Me soltou na rua à toa
D/E E7/9 A7+ D#m7 G#5+/7
Desprezada como um cão
C#m7 A#5+/7 D#m7 G#5+/7 C#m7
E hoje que eu sou mesmo da virada
A#5+/7 D#m G#5+/7 C#m7
E que eu não tenho nada, nada
E/F# D#m7 Em7 A6/7
E por Deus fui esquecida
Dm7 G6/7 C#m7
Irei cada vez mais me esmulambando
F#m7 Bm7
Seguirei sempre cantando
E7/9 A7+
Na batucada da vida...

Mimi

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A valsa "Mimi" é o grande sucesso de Uriel Lourival, um riograndense do norte, funcionário da Central do Brasil, que nas horas vagas era seresteiro e compositor. Seus versos rebuscados tinham por modelo os de Cândido das Neves, o Índio, por coincidência, também um ferroviário.
Só que em matéria de imagens pernósticas, de gosto duvidoso, o discípulo superava o mestre, o que se pode constatar na estrofe inicial de Mimi: "Dentro d'alma dolorida / eu tenho um riso teu / meu amor / teu sorriso de lindo albor / uma existência, um céu / tens na boca embelecida pérolas de luz / rubra ilusão do astral / perolário a iluminar / um eclipse do Sol com o luar...". Seguem-se mais quatro estrofes de feitio idêntico, todas sobre melodia difícil, cheia de graves e agudos.
Além desta, houve mais duas "Mimis" na música brasileira dos anos trinta as das marchinhas "Linda Mimi" (João de Barro) e "Cadê Mimi" (João de Barro e Alberto Ribeiro). Bem diferentes da valsa, essas Mimis tiveram como musa uma bela chinesinha, vendedora de uma loja de discos.

Mimi - 1a. Parte (valsa) - 1934 - Uriel Lourival---clique para ouvir amostra da música


-----G ----------------D7
Dentro d’alma dolorida
---------------------G----- D7
Eu tenho um riso teu
--G---------- Am
Meu a ----- mor
----B7 ----------------E7
Teu sorriso é um lindo albor
---A7----------------- D7
Uma existência um céu
----G------------------- D7
Tens na boca embelecida
--------------G
Pérolas de luz
------G7--------------- C
Rubra ilusão do austral
----------------- G -----E7
Perolário a iluminar
-----------Am---- D7 --------G
Uma eclipse do sol com o luar
G7 ----------------------C
Num portento de alegria
----E7-------------------- Bb7---- A7
Deus teve uma idéia um di - -----a
F --------Gb° ----------------C -----A7
E------- pediu com santa pena
-------------------------D7
Que eu te trocasse amor
--------------------G7
Por Santa Madalena oh não
--------------------------C
Ah! Eu respondi chorando
-----E7---------------- Bb7------ A7
Deus! Senhor! Estou pe - can - do
-----F-------- Gb°-------- C---- A7
Mas, doce Pai não trocarei
----------D7-------- G7
Sem Mimi sem Mimi
----------C F C
Morrerei!

Mané fogueteiro

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Mané Fogueteiro (marcha junina) - 1934 - João de Barro (Braguinha)--clique para ouvir amostra da música


Mané Fogueteiro, era o Deus das crianças
Da vila distante de Três Corações
Nos dias de festas fazia rodinhas
Soltava foguetes, soltava balões
Mané Fogueteiro gostava da Rosa

Cabocla mais linda este mundo não tem
Porém o pior é que Zé Boticário
Gostava um bocado da Rosa também
E um dia encontraram Mané Fogueteiro
Com os olhos vidrados debruço no chão
Um tiro certeiro varava-lhe o peito
Na volta da festa do Juca Romão
E como os que morrem de tiram conservam
A última cena nos olhos sem luz
Um claro foguete de lágrimas frias
Alguém viu brilhando em seus olhos azuis.

Linda lourinha

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Carlos Alberto Ferreira Braga, simplesmente João de Barro ou Braguinha é o nome mais expressivo, junto com Lamartine Babo, das antigas e inesquecíveis marchinhas carnavalescas. Seu primeiro grande sucesso aconteceu no ano de 1934, com a marcha Linda Lourinha, uma espécie de resposta à música intitulada Linda morena de autoria de Lamartine Babo.
Linda lourinha (marcha/carnaval) - 1934 - Braguinha e Lamartine Baboclique para ouvir amostra da música
-------A
Lourinha, lourinha
-----------------Gb7 -----Bm
Dos olhos claros de cristal
-------------------D---- Ebº ----A
Desta vez, em vez da moreninha
------Gb7 --------B7--------- E7------- A
Serás --a------ rainha do meu carnaval

Loura boneca
Que vens de outra terra
Que vens da Inglaterra
---------A7 ------D----- Gb7---- Bm
Que vens de Paris
Quero-te dar
---------------------- A
O meu amor mais quente
------------Gb7----- B7------ E7--- A
Do que o sol ardente deste meu país

Linda lourinha
Tens o olhar tão claro
Deste azul tão raro
--------------A7----- D---- Gb7---- Bm
Como um céu de anil,
Mas tuas faces
-----------------A
Vão ficar morenas
-------------Gb7----- B7------- E7----- A
Como as das pequenas deste meu Brasil