quarta-feira, 27 de abril de 2011

Osvaldo Nunes

english mobile

Osvaldo Nunes, compositor e cantor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 02/12/1930, e faleceu na mesma cidade, em 18/06/91. Órfão de pai e mãe, foi criado por instituições de amparo ao menor. Aos 13 anos fugiu e passou algum tempo vivendo na marginalidade no bairro boêmio da Lapa. Chegou a ser preso. Depois foi vendedor de balas, engraxate, camelô e artista de rua.

Mais tarde começou a freqüentar rodas de samba e blocos de carnaval quando sentiu que tinha inspiração para compor músicas e talento para cantar. Nunca se afastou do bairro da Lapa onde chegou a conhecer Madame Satã.

Quando deixou a marginalidade, Oswaldo Nunes fez sua primeira composição aos vinte anos, que foi o samba Real melodia. Em 1951, seu samba Vidas iguais, com Ciro de Souza, e o samba-canção Estranho, com Cabeção foram gravados por Leny Eversong na Continental. Em 1955, o samba-canção Aquele quarto, com Aníbal Campos foi gravado por Dalva de Andrade na Continental.

Em 1962, gravou seu primeiro disco, pelo selo pernambucano Mocambo com os sambas Lar vazio e Agradecimento, ambos de sua autoria. No mesmo ano, gravou o twist Vem amor, parceria com Lino Roberto, e o samba Fim, de Lino Roberto. Ainda nesse ano, e também pela Mocambo, juntamente com o Bloco Carnavalesco Bafo da Onça gravou aquele que seria seu maior sucesso, a batucada Oba, que continuou a embalar os desfiles do bloco nas décadas seguintes e que se tornou o hino oficial do Bloco Bafo da Onça.

Ainda em 1962, embalado pelo sucesso de Ôba lançou pela Mocambo/Rozenblit um LP com o mesmo título no qual gravou composições próprias como Alô meu bem, Chorei… chorei…, Lar vazio, e Nunca mais, esta última, parceria com Ruy Borges, além de Volta por cima, de Paulo Vanzolini, Diário de amor, de Senô, Gosto de você de graça e Zé da Conceição, de João Roberto Kelly , Oito mulheres, de José Batista, Faço um iê iê iê, de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, e Fim, de Lino Roberto.

Em 1963, gravou os sambas Zé da Conceição, de João Roberto Kelly, e Alô! Meu bem, de sua autoria. Nesse ano, seu Samba do saci, com Lino Roberto, foi gravado por Clóvis Pereira em interpretação de órgão, e os sambas Chorei, chorei e Samba do saci foram registrados pelo Bloco Carnavalesco Bafo da Onça.

Gravou pra o carnaval de 1965, o do quarto centenário do Rio de Janeiro, as marchas A Dança da Pulga, de sua autoria e Pernambuco, e Saudações ao Rei Momo, de sua autoria. Nesse ano, fez grande sucesso com a marcha Na onda do berimbau, de sua autoria.

No carnaval de 1967, fez sucesso com a marcha Mãe-ê, de sua autoria. Destacou-se no ano seguinte com a marcha Voltei, e em 1969, com a marcha Levanta a cabeça. Na segunda metade da década de 1960, apresentou-se em shows acompanhado do grupo The Pop’s, com o qual gravou em 1969 o LP Tá tudo aí no qual interpretou as músicas Tá tudo aí, Você deixa, Tamanqueiro, Dendeca, Doce canção, Chorei chorei, e Canto da sereia, todas de sua autoria, além de Outro amor de carnaval, com Raul Borges e Humberto de Carvalho, Cascata, com A. Marcilac, e Mulher de malandro, com Celso Castro.

Em 1970, obteve o segundo lugar no IV Festival de Músicas de Carnaval com o samba Não me deixes, de sua autoria em parceria com Milton de Oliveira e Helton Menezes. No mesmo festival, foi finalista com o samba A escola vai descer, com Aristóteles II.

Em 1971, sagrou-se tricampeão do Concurso Oficial de músicas de carnaval da Guanabara promovido pela Secretaria de Turismo da Guanabara, TV Tupi e jornais O Dia e A Notícia, com o samba Saberás, parceria com R. Gerardi. No mesmo ano, lançou pela CBS o LP Você me chamou, no qual cantou, apenas de sua autoria, a faixa Real Melodia.

Em 1978, já pela RCA Victor, lançou o LP Ai, que vontade, no qual interpretou as músicas Êh viola, de Joel Menezes e Noca da Portela, Dança do bole bole, de João Roberto Kelly, Ai, que vontade, de Dão e Beto Sem Braço, Se você me quer, de Anézio, Vou tomar um porre, de Jurandir Bringela e Paulinho da Mocidade, O dono da justiça, de Marco Polo e Genaro da Bahia, e Se você quiser voltar, de Gerson Alves e Jorginho Pessanha, além de composições suas como Tem tem, com Celso Castro, A dança do jongo, com Geraldo Martins, Tim tim tim ô lê lê, com Zé Pretinho da Bahia, Dendê na Portela, com Hilton Veneno, e O que é que eu faço.

O cantor de tanto ritmo, excelente voz e também grande compositor, era um homossexual assumido. Não dava bandeira, tinha cara de mau, era valente e adotava uma postura de cabra macho. Muitas vezes quebrou o pau lá pelo bairro boêmio onde sempre viveu. Dizem as más línguas da Lapa, que uma das últimas surras que ele deu foi no cantor Agnaldo Timóteo.

Em 18/06/91, aos 60 anos, foi assassinado enquanto dormia no seu apartamento na Lapa, provavelmente por um dos garotos de programa aos quais recorria rotineiramente. Onze anos depois, a Justiça deu a sentença do espólio do cantor. Em testamento, o sambista deixou um apartamento e todos os seus direitos autorais para o Retiro dos Artistas, no Rio.

Fonte: Besta Fubana - Homenagem a Oswaldo Nunes e ao Bafo da Onça; Memória da MPB - Osvaldo Nunes.

Ribamar

english mobile

Ribamar (José Ribamar Pereira da Silva), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 9/12/1919, e faleceu na mesma cidade, em 6/9/1987. Irmão do compositor Esdras Pereira da Silva, aos sete anos de idade começou a estudar piano com sua avó. Trabalhou no funcionalismo público.

Iniciou sua carreira de músico profissional em 1950, acompanhando Dolores Duran. Ainda nesse ano, venceu o concurso para escolha de um pianista de música popular na Rádio Nacional.

Em 1952 teve sua primeira composição gravada, o bolero Duas vidas, com Esdras Pereira da Silva, na voz de Fernando Barreto. Atuou como violinista de Fafá Lemos e com outros grupos, formando em 1953 seu próprio conjunto, tocando acordeom e piano em casas noturnas do Rio de Janeiro. Entre outras Rádios, trabalhou na Rádio Mundial (RJ).

Em 1955, acompanhou Tito Madi em apresentações nas boates do Beco das Garrafas no Rio de Janeiro formando com ele um dos mais populares duos das noites cariocas. Em 1956, teve o samba-canção Abandonado, com Esdras Silva e W. Barros, gravado por Helena de Lima no LP Dentro da noite, lançado pela Continental.

Em 1958, teve samba-canção Pela rua, com Dolores Duran, lançado por Alaíde Costa em disco RCA Victor. Nessa época, iniciou uma fértil parceria com Dolores Duran, com quem atuou como pianista, destacando-se os sambas-canções Quem sou eu, Idéias erradas, Se eu tiver, Pela rua e Ternura antiga, parceria póstuma sobre versos de Dolores Duran, que tinha morrido meses antes, música também
classificada em 2º lugar no Festival das Dez Mais Lindas Canções de Amor, na TV Rio, em interpretação de Lucienne Franco.

Em 1959, teve o samba Idéias erradas, com Dolores Duran, gravado pelo Trio Yrakitan na Odeon e por Carlos Galhardo na RCA Victor, e o samba-canção Quem sou eu?, também com Dolores Duran, gravado por Neusa Maria na RCA Victor. Nesse ano, o samba-canção Pela rua, com Dolores Duran, foi regravado por Tito Madi na Continental.

Em 1960, seu samba-canção Pela rua, com Dolores Duran, foi gravado por Elizeth Cardoso no LP A meiga Elizeth da gravadora Copacabana. Nesse ano, seu maior sucesso, o samba-canção Ternura antiga, com Dolores Duran foi lançado por Luciene Franco na Copacabana. Teve ainda no mesmo ano, a balada Teu nome, com Osmar Navarro gravada por Francisco Carlos na RCA Victor.

Em 1961, o samba O que é que eu faço, com Dolores Duran, foi gravado por Isaura Garcia no LP A pedida é samba da Odeon, e Ternura antiga foi regravado na Copacabana por Paulo Alencar e sua orquestra. Ainda nesse ano, Leny Andrade regravou na Mocambo, o samba-canção Quem sou eu?.

Em 1963, Helena de Lima gravou a canção Que fez você, com Orlando Henrique, no LP Quando a saudade chegar, da RGE. No mesmo ano, fez a direção artística do LP As grandes escolas de samba com orquestra e coro com gravações dos sambas enredo Chica da Silva, Rio dos vice reis, Mestre Valentim, Relíquias da Bahia, Palmares, Tristeza no carnaval, Mauá e suas realizações, Vem do morro e Toda prosa.

Em 1969, teve o samba-canção Eu te amo, com Nunes e Romeu, gravado por Helena de Lima no LP Uma noite no Drink, da RCA Victor. Em 1972, o samba-canção E a chuva parou, com Esdras Silva e Victor Freire, foi gravado por Tito Madi no LP A fossa - volume 2 do selo London/Odeon. No ano seguinte, no volume 3 da série A fossa Tito Madi regravou o samba-canção Se eu tiver, com Dolores Duran. 

Em 1978, seu samba-canção Teu nome, com Osmar Navarro foi regravado por Carlos Galhardo no LP Parabéns a mim por ter você da EMI-Odeon. Em 1981, teve o samba-canção Ternura antiga, com Dolores Duran regravado por Tito Madi no LP Tito Madi na intimidade - Ao vivo no Inverno & Verão da Continental.

Teve canções gravadas por Carlos José, Tito Madi, Trio Iraquitã, Carlos Galhardo, Helena de Lima, Elizeth Cardoiso e Neusa Maria, entre outros. Deixou gravados cinco LPs em diferentes gravadoras: Colúmbia, Philips, Musidisc, Equipe e RCA, entre os quais, Ribamar ao piano e Dançando com Ribamar, pela Columbia e Ribamar e seu piano, pela Philips.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Alventino Cavalcanti

english mobile

Alventino Cavalcanti - 1968
Alventino Cavalcanti (Alventino Cavalcanti de Souza), cantor e compositor, pernambucano nascido em 1920, começou a atuar artísticamente como compositor na década de 1950, sendo que sua primeira composição gravada foi a marcha Cadê Manolo, parceria com Ângelo de Oliveira, gravada em 1951, no selo Carnaval, por Celso Barroso.

Em 1954, no LP Sua Majestade, O Rei do ritmo, de Jackson do Pandeiro, teve gravado  O canto da ema, de sua autoria em parceria com João do Vale e Ayres Vianna, seu maior sucesso, e o Coco de improviso, com Edson Menezes e Jackson do Pandeiro. No mesmo ano, a dupla Venâncio e Corumbá gravou, pela Todamérica, o baião Gavião, parceria com Uzias da Silva.

Em 1955, fez com João do Vale e José Cândido o coco Aroeira, gravado na Continental por Aldair Soares. Em 1957, Jackson do Pandeiro gravou, na Copacabana, a marcha Mão na toca, parceria com João Rosa e Jackson do Pandeiro. Ainda nesse ano, Almira, mulher de Jackson do Pandeiro, gravou a polca Chico Bendegó, parceria com Uzias da Silva e Aires Viana.

Em 1958, Zito Borborema e Seus Cabras da Peste gravaram, na RGE, o baião-coco O bom vaqueiro, parceria com Aires Viana, e Rosália Gomes lançou, pela Copacabana, valsa Nosso bem querer, parceria com Wilson Silva e Aires Viana. No mesmo ano, teve duas composições gravadas por Jackson do Pandeiro pela gravadora Columbia: o baião Boa noite, com Tito Neto e Jackson do Pandeiro, e o samba Linda, com Jackson do Pandeiro e Ari Monteiro.

Em 1960, teve a Marcha do pintinho, com Hilton Gomes e Oldemar Cavalcanti, gravada por Emilinha Borba na Columbia. Em 1961, gravou, pela Columbia, as marchas No tempo da vovó, parceria com João Rosa e Rossini Pinto, e Marcha do urubu, de Uzias Silva e Adolfo Barros. Nesse ano, teve as músicas A fogueira do coroné, com Jackson do Pandeiro, e O que é o que é, gravadas por Jackson do Pandeiro, no LP A tuba da muié da gravadora Copacabana.

Em 1976, no LP Mutirão, lançado por Jackson do Pandeiro, pela gravadora Alvorada/Chantecler, teve gravada a música Dona Totonha, com Tony Garça, em interpretação de Jackson do Pandeiro. Nesse disco, interpretou as músicas Vamos recordar, de Avarese, e Pegando balão, de sua parceria com João Rosa. Em 1977, teve outra composição gravada por Jackson do Pandeiro: Eu caso com você, parceria dos dois, registrada no LP Um Nordestino alegre, da gravadora Alvorada/Chantecler.

Em 1981, no LP Forró in concert", lançado por Oswaldinho do Acordeom, pela Continental, teve gravada o coco Coco de improviso, com Édson Menezes. Em 1983, Sérgio Reis regravou, pela RCA Victor, a toada Leva eu (Sodade), com Tito Neto.

Em 1996, Zé Ramalho gravou Leva eu sodade, com Ayres Viana no CD Cidades e lendas. Dois anos depois, O canto da ema foi regravada no CD Tributo a Jackson do Pandeiro na voz de Genival Lacerda. Em 1999, Carlos Malta e Pife Muderno regravaram, em CD lançado pelo selo Rob Digital , a toada O canto da ema, com Ayres Vianna e João do Vale. Essa toada foi também relançada, no mesmo ano, por Carmélia Alves no CD Carmélia Alves abraça Jackson do Pandeiro e Gordurinha, pelo selo CPC-UMES.

Em 2000, O canto da ema foi regravado pelo Trio Nordestino no CD Trio Nordestino - Xodó do Brasil, que marcou a volta do Trio Nordestino em nova formação. No mesmo ano, teve relançada a toada Leva eu Sodade, com Tito Neto, no CD Seleção de ouro - 20 sucessos - Nilo Amaro e Seus Cantores de Ébano, da EMI Brasil, sendo ainda relançada também, no mesmo ano, na voz de Sergio Reis, na série de cinco CDs intitulada 40 anos de estrada, lançada pelo cantor, pela BMG Brasil.

Fontes: Alventino Cavalcanti – Não bata no meu louro; Dicionário Cravo Albin da MPB.