sábado, 9 de abril de 2011

Cego Aderaldo

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Cego Aderaldo (Aderaldo Ferreira de Araújo), cantor itinerente e repentista, nasceu em 24 de junho de 1878 na cidade do Crato — CE, e faleceu em 29 de junho de 1967, em Fortaleza - CE. Logo após seu nascimento mudou-se para Quixadá, no mesmo estado.

Aos cinco anos começou a trabalhar, pois seu pai adoeceu e não conseguia sustentar a família. Tomou conta dos pais sozinho: quinze dias depois que seu pai morreu (25 de março de 1896).

Quando tinha 18 anos e trabalhava como maquinista na Estrada de Ferro de Baturité, sua visão se foi depois de uma forte dor nos olhos. Pobre, cego e com poucos a quem recorrer, teve um sonho em verso certa vez, ocasião em que descobriu seu dom para cantar e improvisar. Ganhou uma viola a qual aprendeu a tocar. Mais tarde começou a tocar rabeca.

Algum tempo depois, quando tudo parecia estar voltando à estabilidade, sua mãe morre. Sozinho começou a andar pelo sertão cantando e recebendo por isso. Percorreu todo o Ceará, partes do Piauí e Pernambuco. Com o tempo sua fama foi aumentando.

Em 1914 se deu a famosa peleja com Zé Pretinho (maior cantador do Piauí). Depois disso voltou para Quixadá mas, com a seca de 1915, resolveu tentar a vida no Pará. Voltou para Quixadá por volta de 1920 e só saiu dali em 1923, quando resolveu conhecer o Padre Cícero.

Rumou para Juazeiro onde o próprio Padre Cícero veio receber o trovador que já tinha fama. Algum tempo depois foi a vez de cantar para Lampião, que satisfez seu pedido — feito em versos — de ter um revólver do cangaceiro.

Tentando mudar o estilo de vida de cantador, em 1931, comprou um gramofone e alguns discos que usava para divertir o povo do sertão apresentando aquilo que ainda era novidade mesmo na capital. Conseguiu o que queria, mas o povo ainda o queria escutar.

Logo depois, em 1933, teve a idéia de apresentar vídeos. Que também deu certo, mas não o realizava tanto. Resolveu se estabelecer em Fortaleza em 1942, onde veio a abrir uma bodega na Rua da Bomba, No. 2. Infelizmente o seu traquejo de trovador não servia para o comércio e depois de algum tempo fechou a bodega com um prejuízo considerável.

Desde 1945, então com 67 anos, Cego Aderaldo parou de aceitar desafios. Mas também, já tinha rodado o sertão inúmeras vezes, conseguira ser reconhecido em todo lugar, cantara pra muitas pessoas, inclusive muitas importantes, tivera pelejas com os maiores cantadores.

E, na medida em que a serenidade, que só o tempo trás ao homem, começou a dificultar as disputas de peleja, ele resolveu passar a cantar apenas para entreter a alma.

Cego Aderaldo nunca se casou e diz nunca ter tido vontade, mas costumava ter uma vida de chefe de família pois criou 24 meninos.

Relata o Cego Aderaldo:

"Em Belém do Pará eu conheci muitos cantadores. Mas o mais afamado, que emendou a camisa comigo, foi o índio Azuplim. Nossa batida foi a que se segue..."

Eu saí do Ceará
Deixei meu triste mocambo,
Com medo do dezenove,
Este pesadelo bambo.
Vinha o coronel Monturo
Junto com doutor Molambo...
A dona fome na frente,
Na cadeira do trapiche,
Dizendo: No Ceará
Tudo é fofo e nada é fixe.
Juro que aqui nesta terra
Não vinga mais nem maxixe...
A dona Fome me olhou
E disse a mim: — Eu pego!
Eu disse: — Não senhora!
Eu sei por onde navego,
Quem tem vista corre logo,
Quanto mais eu sendo cego...
Segui para Fortaleza,
Dei uma viagem além.
O barco era o "Maranhão",
E até corria bem,
Com três dias e três noites
Chegando nós em Belém...
Quando eu cheguei em Belém,
Me encostei naquele cais.
— Aonde vai esta linha?
Eu perguntei a um rapaz
Ele disse: — Nesta linha
Passa um trem para São Brás...
Eu parti para São Bras,
Para casa de Gaudêncio
Que já conhecia bem,
Ele, Salina e Merêncio;
Junto estes amigos
Não pude guardar silêncio...
Fui para Madre de Deus,
Terra de um povo fiel,
Ali ganhei qualquer cousa
Tomei açaí com mel,
De manhã peguei o trem,
Fui para Santa Isabel...
Depois fui para Americana,
Cantei lá no Apéu,
Do sitio de São Luís
Eu fui pra Jambuaçu;
Eu cantei no Castanhal,
E no Igarapeaçu...
No primeiro Caripi
Eu cantei, lá fui feliz,
No segundo Caripi
Cantei tudo quanto quis,
E ali tomei o trem,
Fui cantar em São Luís....
Ali chegou um convite,
Eu para Muricizeira,
Depois, cantei no Burrinho
Cantei no Açaí Teuã...
Fui cantar no Timboteuã...
Segui para Capanema
Com coragem e esperança.
Passei uns dois ou três dias
E segui para Bragança,
Dizendo sempre comigo:
— Quem espera em Deus não cansa...
Quando eu cheguei em Bragança,
Não quis ir no Benjamim,
Não encontrando hospedagem,
Me hospedei num botequim,
Que era coberto e cavaco
E circulado a capim...
O dono do botequim
Veio a mim e perguntou:
— Cego de onde tu és?
Me diga se é cantador.
Me diga se não tem medo
De azuplim trovador...
Me perguntei: — Não senhor!
Será algum rio-grandense
Ou mesmo um paraibano,
Ou um cantador cearense?
Ele disse: — Não senhor,
É um cantor paraense...
Quando findei a palavra
Vi o paraense chegar,
Ele trazia consigo
Uma viola e um ganzá,
E trazia um tamborim,
Que é instrumento de lá...
Ele afinou a viola,
Quando bateu no ganzá,
Deu um tom no tamborim
Para o baião entoar,
Eu tirei a rabequinha
E fiz a prima chorá...
Cego — Eu lhe disse: — Oh! Paraense,
És uma ninfa de fada,
Teu cântico me parece
A deusa da madrugada.
Eu lhe peço, amicíssimo,
Que cante a sua toada...


Azuplim — Cego, minha toada é,
Um trabalhador garantido.
Você pra cantar mais eu
Precisa ser aprendido,
Queira Deus tu me acompanhe, ai ai!
Pra cantar nesse gemido...
C — Meu amigo, o teu gemido,
Tem destacado valor,
Canta bem perfeitamente,
Já vi que é bom cantador,
Mas amigo, esse gemido,
Me desculpe , que eu não dou...
A — Se num dás um só gemido
Também não és cantador,
Vá cobrar logo o dinheiro.
Do mestre que lhe ensinou, ai, ai!
O cego já apanhou...
C — Se gemer foi cantoria,
Você é bom cantador,
Pois gemes perfeitamente,
No gemido tem valor,
Mas geme com grande dor...
A — Ou que gema ou que não gema,
A boa palavra encerra,
Cego, cante aqui mais eu,
Que eu vim lhe fazer guerra,
Quero que você me diga, ai, ai!
A linguagem da minha terra...
C — A linguagem da tua terra,
Não é linguagem mesquinha,
É toda no guarani
Estudada, é bonitinha!
Para que não perguntaste
A linguagem da terra minha?...
A — Eu quero é que diga da minha
Por que muda de figura:
Cego, diga para mim
O que nós chama mucura,
Quero que você me diga, ai, ai!
O que é saracura...
C — É verdade, essa linguagem
Muda mesmo de figura,
O que nós chama casaco
Vocês só chamam mucura
E o que nós chama sericóia
Vocês chamam saracura...
A — Cego, diga para mim:
O que é jamaru?
Queira Deus você me diga
O que é jacuraru,
O que é macuracar ai, ai!
O que nós chama jambu...
C — É o que nós chama cabeça,
Vocês chama jamaru,
O que nós chama tejo,
Vocês chama jacuraru,
Tipi é mucuracar,
E agrião chamam jambu...
A — Cego, diga para mim
O que nós chama jibóia,
Quero que você me diga
O que é tiranabóia,
Diga aí pra eu saber, ai, ai!
O que é "pegando a bóia"...
C — No Piauí tem um besouro
De nome tiranabóia,
Nossa cobra-de-veado
Cresce aqui, chamam jibóia,
Em minha terra almoço e janto,
... tanto aqui só "pego a bóia"...
A — Cego, diga para mim
O que é a sacupema,
Veja se você me diz
O que é piracema,
Diga aí rapidamente, ai, ai!
O que nós chama panema...
C — O que nós chama raiz
Vocês chama sacupema,
O que nós chama peixe muito
Vocês chamam piracema;
A um sujeito preguiçoso
Chega aqui chamam panema...
A — Cego, diga para mim
A língua dos Tupinambá,
A língua dos Aimoré,
Ou dos índios Caetá,
Ou sobre os índios Tamoios
Ou índios Tamaracá...
C — Sobre as gírias dos índios,
Desde o Norte até o Sul,
Pixueira é coisa fria,
Um beijo chama meiru,
Tacioca é uma é uma casa,
Morada de caititu...
A — Agora o cego Aderaldo
Me respondeu muito bem,
Vi que gírias dos índios,
Ele segue mais além,
Pelo jeito que estou vendo
Você é índio também...
C — Meu amigo eu não sou índio,
Nasci num pobre lugar:
Que é tão propenso a seca
Que obriga agente emigra
Sol danado de Iracema,
Terra de Zé de Alencar...
A — Cego, deixa de mentira,
Tua terra não tem nome,
Tua terra é uma miséria,
É lugar que não se come,
De lá veio cinco mil,
Tudo pra morrer de fome...
C — Dos cinco mil que vieram
Algum era meu parente,
Uma era tio, outro primo,
Conterrâneo e aderente,
Mais esse povo só come
Massa de figo de gente...
A — Saí daí, cego canalha,
Com a sua poesia,
Nesta minha carretilha
Você hoje se esbandalha,
Teu cântico tem grande falha,
Quer cantar mais não convém...
Você somente o que tem
É entrar no bacalhau;
Apanhar de peia e pau
Cearense aqui não vai bem...
C — De onde tu vens contrafeito,
Cabeça de onça mancho,
Bote o matulão abaixo
E conte a história direito,
Me diga o que aqui tem feito
Por estes mundos além,
Se você matou alguém
Ou então se fez barulho,
Vai muito mau seu embrulho,
Paraense aqui não vai bem...


A — Quando eu pego um cantador
Dou três tacada danada,
Lhe deixo a cara inchada
De relho e chiquerador,
É o café que lhe dou,
É isto que lhe dou,
E não diz nada a ninguém,
Apanha e fica calado,
Triste e desmoralizado
Cearense aqui não vai bem...


C — Disse uma velha na rua
Que em outros tempos atrás
Você e um seu rapaz
Lhe roubaram uma perua;
Veja que moda esta sua
Roubando quem vai, quem vem,
Como tu não tem ninguém
Mais ladrão do que você.
Tome lá meu parecer:
Paraense aqui não vai bem...
A — O cantador que eu pegar
Pelo meio da travessa
Nem Padre lhe confessa
Enquanto eu não lhe soltar,
Dou-lhe arrocho de lhe quebra,
Osso e costela também,
Quebro tudo que ele tem,
Deixo-lhe o corpo em bagaço,
Tudo quanto eu digo eu faço,
Cearense aqui não vai bem...
C — Até as moças donzelas
Pediram aos cabras da feira
Para meter-lhe a madeira
E arrebentar-lhe as costelas.
Você abra o olho com elas,
Boa surra você tem,
Boa surra você tem,
Neste dia também vem
A velhinha da perua
Quebrar-lhe a cara na rua,
Paraense aqui não vai bem...
A — Também não quero brigar,
Não sou homem de intriga,
Eu não nasci para briga
E não vivo de pelejar;
Também não quero teimar
Porque isso não convém,
Lhe venero e quero bem,
Digo isso pode crer;
Não quero lhe aborrecer,
Cearense aqui vai bem...
C — Amigo, como mudou,
Que coisa misteriosa!
Tens o perfume da rosa
Que a pouco desabrochou.
Por isso tem o maior verdor
Do que lá no bosque tem.
O anjo lá de Belém
Ouviu nossa cantoria,
Entrarmos em harmonia,
Paraense aqui vai bem...
Havia quatro cervejas
Que um coronel apostou
Dizendo que todas quatro
Pertencem ao vendedor
Nós dois bebemos as cervejas
Nem um nem outro apanhou...

(Estado do Pará, junho de 1919)

Fontes: Texto extraído do livro "Eu sou o Cego Aderaldo"; Rachel de Queiroz, Maltese Editora — São Paulo, 1994; Wikipedia - A Enciclopédia Livre.

Murici Andrade

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Murici Andrade (José Cândido de Andrade Murici), musicólogo, jornalista e professor, nasceu em Curitiba PR, em 4/2/1895, e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 9/6/1984. Iniciou estudos de piano com Marieta Beltrão, em 1911, escrevendo também seus primeiros trabalhos literários para a revista O Fanal.

Em 1913 publicou sua primeira obra, o conto Sonata pagã. Em 1914 e 1915 participou das manifestações literomusicais Horas de Arte, época em que estudou piano com Hugo Antônio de Barros e piano e harmonia com Leo Kessler.

Em 1916 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se dedicou ao jornalismo e à crítica literária. Em 1919 formou-se em direito pela Faculdade de Ciências Juridicas e Sociais do Rio de Janeiro.

De 1923 a 1925 morou na Suíça. Retornando ao Brasil, retomou seus estudos de piano com Luciano Gallet e depois com Tomás Terán e Arnaldo Estrela, no Rio de Janeiro. Em 1926 publicou o romance Festa inquieta e foi nomeado para a secretaria da Corte de Apelação, do Rio de Janeiro. Em 1927 fundou, com outros, a revista Festa, que também dirigiu. 

Em 1935 deu cursos de extensão universitária no I.N.M. e na Associação dos Artistas Brasileiros. Em 1942 foi transferido para o Ministério da Educação e Saúde, atuai Ministério da Educação e Cultura, como professor de estética musical e história da música, no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Música e seu secretário-geral em 1945. 

Publicou Caminho da música (1a. série, Curitiba, 1946; 2a. série, Curitiba, 1951). Membro da comissão artística e cultural do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, foi eleito seu diretor em 1952. Nesse ano publicou Panorama do movimento simbolista brasileiro, 3 volumes, Rio de Janeiro (2a. ed., 2 volumes, Rio de Janeiro, 1973). Escreveu ainda Villa-Lobos — uma interpretação, Rio de Janeiro, 1961. 

Em 1965 recebeu a medalha de mérito Carlos Gomes, do governo do antigo Estado da Guanabara. Em 1973 recebeu a medalha cultural Silvio Fróis, do Instituto de Música da Universidade Católica de Salvador BA, lançando no mesmo ano o estudo biobibliográfico Cruz e Sousa. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art EditorA.

Muraro

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Muraro (Heriberto Leandro Muraro), pianista e compositor, nasceu em La Plata, Argentina, em 25/5/1903, e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 8/3/1968. Começou estudando piano com Alfredo Bevilacqua, sendo matriculado depois no Conservatório Fracassi D’Andrea.

Estreou como concertista no Salão Argentina, excursionando por Santiago do Chile e Montevidéu, Uruguai. Atuou nas rádios Cultura e Belgrano, ainda em Buenos Aires, Argentina.

Chegou ao Brasil em 1932, apresentando-se na Rádio Record, de São Paulo SP. No ano seguinte mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado para atuar na Rádio Mayrink Veiga como pianista de Lely Morel.

Compôs a valsa Roleta da vida, gravada por Carlos Galhardo. Tocou nos filmes Alô, alô Brasil (1935, de Alberto Ribeiro, João de Barro e Waliace Downey) e Alô, alô Carnaval (1936, de Ademar Gonzaga), e seus malabarismos e brincadeiras com o teclado valeram-lhe o apelido de “O incrível Muraro”. 

Trabalhou na Rádio Mayrink Veiga até 1942, quando voltou a São Paulo, onde permaneceu por um ano. Regressando ao Rio de Janeiro, foi novamente contratado pela Rádio Mayrink Veiga, passando a atuar em programas populares, como Rádio Novidades, Quatro Notinhas Mágicas, Três Malucos em Ritmo e outros. 

Até 1952 gravou mais de 60 músicas em 78 rpm, entre elas algumas de sua autoria, como os choros Moto perpétuo, Zangado, Flanando e Saudade de Santa Cruz (com Pixinguinha), a polca Baumbá e o samba Chopin no samba

Destacado intérprete de choros, gravou na RGE os LPs O incrível Muraro, em 1958, com peças de Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense, e Casinha pequenina, em 1959, com músicas tradicionais e várias de Chiquinha Gonzaga

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Rosil Cavalcanti

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Rosil Cavalcanti, compositor, ator e animador de programas de rádio e televisão, nasceu em Macaparana-PE, em 20/12/1915, e faleceu em Campina Grande-PB, em 10/07/1968. Nasceu no Engenho Zebelê, na localidade de Macaparana. Fez os cursos primário e ginasial no Recife.

Em 1936 entrou para o 22º Batalhão de Caçadores da 7º Região Militar na cidade de Aracaju, em Sergipe. Em 1937, licenciou-se do Batalhão de Caçadores e passou a trabalhar no Fomento Agrícola de Sergipe. Nesse período sagrou-se como jogador tri- campeão de futebol sergipano pelo Cotinguiba Sport Clube.

Em 1941 foi trabalhar na Secretaria de Agricultura da Paraíba, na cidade de João Pessoa. Em 1943 mudou-se para Campina Grande, onde permaneceu até 1947, quando retornou a João Pessoa. No mesmo ano, passou a trabalhar na firma Brasil Oiticica S. A na cidade de Pombal.

Em 1942 iniciou a carreira artística fazendo com Jackson do Pandeiro a dupla "Café com leite", que atuou na Rádio Jornal do Comércio, em Recife.

Em 1951, passou a trabalhar como redator na Rádio Caturité de Campina Grande, onde lançou o programa Rádio Atrações. Em 1953, Jackson do Pandeiro gravou um dos maiores sucessos de sua carreira e o maior da carreira de Rosil, o coco Sebastiana, que seria regravada, em 1969, por Gal Costa e Gilberto Gil, em LP da cantora baiana. 

No mesmo ano, passou a trabalhar na Rádio Borborema, também de Campina Grande, e a cantora Ademilde Fonseca gravou na Todamérica o baião Meu cariri, de sua autoria. Outros grandes sucessos de Rosil gravados por Jackson do Pandeiro foram Cabo Tenório e Moxotó. Com Jackson do Pandeiro compôs, entre outras, Quadro-negro, Cumpadre João e Os cabelos de Maria

Em 1955, o Trio Orixá gravou o baião Meu Cariri, em parceria com Dilu Melo. Em 1956 Jackson do Pandeiro gravou na Copacaba o xote Moxotó. Em 1958, Marinês e sua Gente gravaram os baiões Aquarela nordestina e Saudade de Campina Grande

Em 1962 teve a marchinha Faz força, Zé e o xote Ô véio macho, gravados na RCA Victor por Luiz Gonzaga e o baião Forró de Zé Lagoa gravado por Genival Lacerda na Mocambo. 

Em 1989, o cantor e compositor paraibano Biliu de Campina gravou o disco Tributo a Jackson e Rosil, em que interpretou, entre outras, Forró na gafieira, Chapéu de couro e Coco do Norte. Entre outros, também gravaram músicas de sua autoria o Trio Nordestino, Pedro Sertanejo, Trio Orixá, Jacinto Silva, Gilvan Chaves e Zito Borborema.

Em 2003, teve a sua música, A festa do milho, gravada no álbum Canções joaninas, do cantor e sanfoneiro Targino Gondim. Em 2007, teve a música de sua autoria Sebastiana gravada pelo cantor e compositor Kojak do forró, no álbum ao vivo O afilhado do rei do ritmo Jackson do Pandeiro. O CD/DVD, de lançamento independente, produzido por Kleber Matos, foi uma homenagem ao cantor e compositor Jackson do Pandeiro.

Como animador, usava o nome de "Zé Lagoa", um tipo engraçado que criou e que fez muito sucesso na televisão e, sobretudo, no rádio. Nunca gravou uma de suas canções porque reconhecia que tinha "pouca voz".

Morreu em Campina Grande, Paraíba, em 10/07/1968, vítima de infarte do miocárdio.

Fonte: Pernambuco de A-Z; Wikipedia; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Os Mulheres Negras

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Os Mulheres Negras - Dupla formada por André Abujamra (André Cibelli Abujamra, São Paulo SP 1965—), guitarra, e Maurício Pereira (Maurício Gallocci Pereira, São Paulo 1959—), saxofone, ambos também tocando diversos instrumentos eletrônicos.

O trabalho musical, muito bem-humorado, constituía uma paródia do tecnopop — estilo de pop-rock caracterizado pelo uso preponderante ou mesmo total de instrumentos eletrônicos —, além de sofrer influências de vários estilos e ritmos, entre eles a bossa nova e a música africana, seguindo também a world music (rótulo usado desde meados dos anos de 1980 para música pop com influências de fora dos EUA e Inglaterra).

Gravaram dois LPs/CDs Música e ciência (WEA, 1988) e Música serve pra isso (1990), que incluem sucessos como John, Monstros japoneses e Sub, versão de Yellow Submarine, dos Beatles.

Com o fim da dupla e (independente, 1995), e André Abujamra formou o grupo Karnak, dedicado a satirizar a world music e que já lançou dois CDs, Karnak (Tinitus, 1996) e Universo, um big o (Velas, 1997).

No ano de 2002, a gravadora WEA realançou em CD os dois LPs da dupla: Música e ciência" e Música serve para isso.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.