domingo, 6 de janeiro de 2008

O que eu gosto de você

english mobile

O que eu gosto de você - Sílvio César e Ed Lincoln

O que eu gosto de você
é esse seu jeitinho de sorrir
esse sorriso lindo como que!

O que eu não gosto de você
é esse seu olhar indiferente
que machuca tanto a gente
quando a gente fala com você.

Eu não sei bem porque
fui gostar mesmo assim
sem saber se você
vai gostar de mim.

Mas o que eu sinto por você
já é definitivo, não tem jeito
já não vivo satisfeito
esperando sempre por você.

Adoro esse seu jeito
de pensar e de ser
será que não há jeito
de você compreender
que no meu dicionário
só existe uma palavra: VOCÊ!

Bolinha de sabão

english mobile

Orlandivo

Bolinha de sabão - Adilson Azevedo e Orlandivo

Sentado na calçada de canudo e canequinha
Tum plec tum bem
Eu vi um garotinho
Tum plec tum bem
Fazendo uma bolinha
Tum plec tum bem
Bolinha de sabão (2x)

Eu fiquei a olhar eu pedi para ver
Quando ele me chamou
E pediu pra com ele ficar
Foi então que eu vi como era bom
Brincar com bolinha de sabão
Ser criança é bom agora vou passar
A fazer bolinha de ilusão!

Tamanco no samba

english mobile

Orlandivo

Tamanco no samba - Helton Meneses e Orlandivo

Samba blem blim blau
Tamanco batucando no quintal
Samba blem blim blão
Tamanco levanta a poeira do chão (2x)

O tamanco levanta a poeira do chão
Mulata faz samba de coração

Levante os olhos

english mobile

Levante os olhos (1975) - Sílvio César


Introd.: Am Am7+ Am7 A5+/7 Dm Dm Dm/C
G4/7 G7 C7+ Bm7/5- E7

Am
Levante os olhos
Dm
Olhe de frente pra ela
G7 C7+ (BIS)
Olhe bem dentro dos olhos
F7+ Bm7/5- E7 A5+/7
E veja tudo o que dizem



Dm G7
A verdade as vezes dói
Em7 A5+/7
Mas e por que você constrói
Dm Dm/C
O mundo só de sonhos
Bm7/5- E7
E de medo
Dm G7
Meu irmão se você quer
Em A5+/7
Ganhar o amor de uma mulher
Dm Dm/C Bm7/5- E7
Procure nos seus olhos os segredos

Am
Levante os olhos
Dm
Olhe de frente pra ela
G7 C7+
Olhe nos olhos da vida
F7+ E7 Am
E veja apenas o que dizem

Pena verde

english mobile

Pena verde (1969) - Abílio Manoel

Pus um cravo, na lapela
Sou escravo, eu sou dos olhos dela
Pena verde, no chapéu
Me deu sorte ela caiu do céu (2x)

Tenho agora a quem me quer
Dou o meu cravo pra quem quiser
Mas pena verde, não abro mão
Pois estou vivo em seu coração

Pena, verde, Pena verde (2x)

Pus um cravo, na lapela
Sou escravo, eu sou dos olhos dela
Pena verde, no chapéu
Me deu sorte ela caiu do céu (2x)

Não adianta fugir do feitiço
Porque você, é toda sorriso
Agora sim não há mais problema
Eu tenho você, sei que vale a pena.

Vamos dar as mãos

english mobile

Vamos dar as mãos - Sílvio César

Antes do pano cair
Antes que as luzes se apaguem
Todas as portas se fechem
Todas as vozes se calem
Antes que o dia anoiteça
Antes que a vida na Terra desapareça

Vamos dar as mãos,
vamos dar as mãos
Vamos lá
E vamos juntos cantar

Antes do grande final
Antes dos rios secarem
Todas as mães se perderem
Todos os olhos chorarem
Antes que o medo da vida
Faça de mim um covarde
Antes que tudo se perca
E seja tarde

Américo Seixas

english mobile

Américo Seixas, compositor, nasceu às margens do rio São Francisco, na cidade de Propriá-SE, em 21/3/1910, e faleceu no Rio de Janeiro-RJ em 11/7/1964. Mudou-se para o Rio 1930. Foi parceiro de Ataulfo Alves nos sambas Infidelidade; Madame Garnizé; Mal de raiz e O pavio da verdade.

Em 1945, a marcha Pato enjeitado, com Amado Régis, foi gravada por Horacina Correia na Continental. Em 1948, o samba Infidelidade foi gravado na Continental por Deo, que no ano seguinte lançou o samba Pavio da verdade também parceria com Ataulfo Alves. Ainda em 1948, o samba Praça da Bandeira, com Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti foi gravado por Ernâni Filho na gravadora Star.

Em 1949, o samba-canção Fantoche, com Wilson Batista foi gravado por Jorge Goulart na gravadora Star, e a marcha Madame Garnizé, com Ataulfo Alves foi lançada por Ataulfo Alves. Nesse ano, o cantor Déo gravou na Continental o samba-canção Pausa para meditação, com Wilson Batista.

Em 1951, teve novo samba em parceria com Ataulfo Alves gravado por Déo: Cego de amor. Em 1953, o samba Anjo perverso, com César Brasil, foi gravado na Todamérica por Edson Gil, e o samba-canção O esbarro, com César Brasil, foi gravado na Odeon por Alcides Gerardi. Nesse ano, obteve seu maior sucesso, com o samba-canção Vida de bailarina, parceria com Chocolate, gravado por Ângela Maria na Copacabana, e que se transformou num dos maiores êxitos da cantora.

Em 1954, o samba-canção Ambição, com Erasmo Silva, foi gravado na RCA Victor por Wilson Roberto, e a marcha Miss Brasil, com Wison Batista e Jorge de Castro foi gravado na Todamérica por Victor Bacelar, em homenagem à Martha Rocha, que acabara de ser eleita. Nesse ano, o samba-canção Passaporte do amor, com Erasmo Silva, foi lançado na RCA Victor por Carlos Galhardo, a valsa Valsa do sorriso, com Henrique Alves, foi registrada por Alcides Gerardi, além do samba-canção Alma e lama, com César Brasil, registrado por Míriam de Souza, as duas na Odeon.

No ano seguinte, Nelson Gonçalves gravou o samba Escrava da saudade, com Erasmo Silva, e Carlos Galhardo o samba-canção Calendário de amor, com Carneiro Filho, ambos na RCA Victor. Ainda em 1955, teve duas composições gravadas na Columbia, a Marcha do cordundinha, com Wilson Batista, na voz de Alcides Gerardi, e o samba-canção João da Silva, com Cícero Nunes, na voz de Paulo Marquez.

Em 1956, o samba Infidelidade, com Ataulfo Alves, foi lançado na Sinter por Ataulfo Alves e Suas Pastoras. Em 1957, a marcha Colherinha de chá, com Estanislau Silva, foi gravada na RCA Victor por Carlos Galhardo, a marcha Escurinha, com Carneiro Filho e Amado Régis, foi lançada por Nuno Roland na Todamérica, e a marcha Lamentavelmente, com Erasmo Silva, foi registrada por Alcides Gerardi na Columbia.

Em 1958, Alcides Gerardi gravou na Columbia o samba Cruel realidade, parceria com Carneiro Filho e Alberto Jesus. Em 1962, Alcides Gerardi lançou pela Columbia o samba Direito de gargalhar, parceria com Antônio Soares e Carneiro Filho. Em 1969, os sambas Infidelidade e O pavio da verdade foram regravados por Noite Ilustrada em LP Continental.

Foi parceiro de Ataulfo Alves, Wilson Batista, Cícero Nunes, Arnaldo Passos. Seu maior êxito foi a música Vida de bailarina, em parceria com Chocolate, grande sucesso do começo de carreira da Angela Maria, regravada posteriormente por Elis Regina e mais recentemente por Ney Matogrosso.

Teve mais de vinte músicas gravadas por nomes como Nelson Gonçalves; Alcides Gerardi; Paulo Marquez; Ataulfo Alves; Carlos Galhardo; Nuno Roland; Angela Maria; Elis Regina e Ney Matogrosso.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Os Originais do Samba

english mobile

Originais do Samba

Conjunto de samba formado na década de 1960, no Rio de Janeiro. Teve duas formações, a primeira com Bigode (pandeiro e voz), Bidi (cuíca e voz), Chiquinho (ganzá e voz), Lelei (tamborim e voz), Mussum (reco-reco e voz) e Rubão (surdo e voz) e a segunda com Bigode (voz, pandeiro e coreografia), Zeca do Cavaco (José Carlos Antônio Júnior - São Paulo/1970 - cavaco e banjo), Sócrates (Francisco de Assis Silva Pereira - São Paulo/1951 - guitarra), Rubinho Lima (Rubens Pedreira Lima - São Paulo/1973 - percussão), Valtinho Tato (Valtenir Aparecido Toledo - São Paulo/1954 - percussão) e Gigi (José Delfino Rodrigues da Costa - São Paulo/1951 - reco-reco e tamborim).

O seu integrante mais famoso foi Antonio Carlos Bernardes, carioca nascido em 1941, conhecido como Mussum, que atuou em televisão como ator cômico. Ao lado de Renato Aragão, Zacarias e Dedé Santana, compôs o grupo Os Trapalhões, que manteve um programa por vários anos na Rede Globo. Atuou em diversos filmes de Renato Aragão, como integrante do grupo. Faleceu em 1994, em São Paulo.

Rubens Fernandes (Rubão), nasceu no Rio de Janeiro e faleceu, em São Paulo, em 1977. Arlindo Vaz Germino (Bigode) nasceu em 1942, no Rio de Janeiro. Murilo da Penha Aparecida e Silva (Bidi) nasceu no Rio de Janeiro, em 1932. Francisco de Souza Serra (Chiquinho), carioca, nasceu em 1943. Wanderley Duarte (Lelei) nasceu no Rio de Janeiro, em 1946.

No início da década de 1960, ainda com o nome Os Sete Morenos, o grupo se apresentou no Clube dos Baianos, na Praça Tiradentes. Em 1961, o nome do conjunto mudou para Os Originais do Samba. Por esta época, Carlos Machado o contratou para atuar no show O teu cabelo não nega, sobre o compositor Lamartine Babo, que entrou em cartaz na boate Fred's e no Copacabana Palace, ambos no Rio de Janeiro.

Neste mesmo ano, o grupo viajou para o México, acompanhando a Companhia de Carlos Machado, fazendo temporada com o show O teu cabelo não nega, naquele país, por seis meses. Excursionou, também, em Porto Rico. Depois, por várias cidades brasileiras e, por fim, apresentou o show em São Paulo.

No ano de 1968, os produtores Mièle e Bôscoli convidaram o grupo para se apresentar ao lado de Elis Regina na I Bienal do Samba , interpretando a música Lapinha, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro. A música foi vencedora e o grupo foi contratado pela gravadora RCA Victor.

No ano seguinte, gravou o primeiro LP: Os originais do samba, do qual despontaram os primeiros sucessos do grupo: Cadê Teresa, de Jorge Ben e E lá se vão meus anéis, de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro.

Em 1970, gravou o disco Samba é de lei. Com o sucesso de Tá chegando fevereiro, de Jorge Ben e João Melo, o grupo recebeu três Discos de Ouro da gravadora RCA Victor. No ano posterior, o grupo apresentou-se no IV Festival Universitário de Música Popular Brasileira da TV Tupi, do Rio de Janeiro.

No ano de 1972, no LP O samba é a corda , Os Originais a caçamba, gravou as músicas Esperanças perdidas (Adeilton Alves e Délcio Carvalho) e Do lado direito da rua direita, de Luis Carlos e Chiquinho, alcançando um grande êxito nas paradas de sucesso da época. Um ano depois, o disco É preciso cantar, lançou com sucesso outra composição interpretada pelo grupo: É preciso cantar (Adeilton Alves e Délcio Carvalho).

Em 1974, o grupo lançou um de seus maiores sucessos, Tragédia no fundo do mar (Assassinaram o camarão), de Zere e Ibraim, do LP Pra que tristeza. Deste mesmo disco, destacam-se ainda outras composições, como A dona do primeiro andar, Boato (João Roberto Kelly) , O aniversário de Tarzã, Nego véio quando morre e Saudade e flores.

Dos vários artistas que o grupo acompanhou em shows ou em gravações, destacam-se Chico Buarque, Toquinho e Vinicius de Moraes, Paulinho da Viola, Elza Soares, Elis Regina, Jorge Ben , Martinho da Vila e Jair Rodrigues. Entre os artistas internacionais que o grupo acompanhou estão Duke Ellington e Earl Grant. Foi o primeiro conjunto de samba a se apresentar no Teatro Olympia, em Paris. O conjunto também participou do Carnival Friends of Brazil Club, na cidade de São Francisco, na Califórnia.

Em 1997, o grupo completou 30 anos de carreira e comemorou lançando um CD pela gravadora RGE, Os Originais de todos os sambas, contando com uma nova formação. No ano de 1998, a convite de Rildo Hora participou do disco Casa de samba 3, no qual, junto com o grupo Os Morenos, interpretou a faixa Do lado direito da Rua Direita, de Luis Carlos e Chiquinho.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Cadê Teresa

english mobile

Os Originais do Samba

Cadê Teresa - Jorge Ben Jor



Tom: D
Introdução: Bm E (4x) Em A7


Em A7 D7+ Em A7 D7+
Cadê Tereza, lá lá lá lá lá lá lá lá (2x)
Em A7 Em A7 D7+
Tereza foi a um samba lá no morro, e não me avisou
Em F#
será que arrumou outro crioulo pois ainda não voltou
Em A7 D7+ Em A7 D7+
Cadê Tereza, lá lá lá lá lá lá lá lá (2x)


Em A7 Em A7 D7+
Tereza, minha nêga, minha musa, gosto muito de você
Em F#
sou um malandro enciumado, machucado que espera por você

Bm7 E7
Juro por Deus, se você voltar
Bm7 E7
eu vou me regenerar
Bm7 E7
jogo fora meu chinelo, meu baralho
Bm7 E7
e a minha navalha e vou trabalhar
Bm7 E7
jogo fora meu chinelo, meu baralho
Bm7 E7
e a minha navalha e vou trabalhar

Em A7 D7+ Em A7 D7+
Cadê Tereza, lá lá lá lá lá lá lá lá .

Esperanças perdidas

english mobile

Os Originais do Samba

Esperanças perdidas - Adeilton Alves e Délcio Carvalho



Intr.: Dm Dm7 Gm Gm7 C7 F7+ Em5-/7 A7


Dm D7 Gm6
Quantas belezas deixadas nos cantos da vida
C7/5+ C7 F7+ A7
Que ninguém quer e nem mesmo procura encontrar
Dm D7 Gm6
E quando os sonhos se tornam esperanças perdidas
Em5-/7 A7 Dm A7
Que alguém deixou morrer sem nem mesmo tentar


Dm D7 Gm6
Minha beleza encontro num samba que faço
C7/5+ C7 F7+ A7
Minha tristeza se torna um alegre cantar
Dm D7 Gm6
É que carrego um samba bem dentro do peito
Em5-/7 A7 Dm
Sem a cadência do samba não posso ficar


A7 Dm
Não posso ficar... eu juro que não
D7 Gm6
Não posso ficar... eu tenho razão
Em5-/7
Já fui batizado na roda de bamba
A7 Dm A7
O samba é a corda... eu sou a caçamba


Dm D7 Gm6
Quantas noites de tristeza ele me consola
C7/5+ C7 F7+ A7
Tenho como testemunha a minha viola
Dm D7 Gm6
Ai... se me faltar o samba não sei que será
Em5-/7 A7 Dm
Sem a cadência do samba não posso ficar

Do lado direito da rua direita

english mobile

Os Originais do Samba

Do lado direito da rua direita - Luis Carlos e Chiquinho



Tom: A
Introdução: A7+ A6 (2x) Bm7 E9 (2x)



A7+ A6 A7+ A6 Bm7 E9 Bm7 E9
Do.....lado direito, da rua Direita
Bm7 E9 Bm7 E9 A7+ A6 A7+ A6
Olhando as vitrines coloridas eu a vi
A7+ A6 A7+ A6 Bm7 E9 Bm7 E9
Mas quando quis me aproximar de ti não tive tempo
Bm7 E9 Bm7 E9 A7+ A6 A7+ A6
No movimento imenso da rua eu lhe perdi
Bm7 E9 C#m7
......E cada menina que passava......
F#7
para seu rosto eu olhava
Bm7 E9 Bm7 E9 A7+
E me enganava pensando que fosse você....
Bm7 E9 A7+
e na rua Direita eu voltarei pra lhe

Tragédia no fundo do mar (Assasinaram o camarão)

english mobile

Os Originais do Samba

Tragédia no fundo do mar (1974) - Zere e Ibraim


Tom: G


G D7 G
Assassinaram o camarão
G E7 Am
Assim começou a tragédia no fundo do mar
Am D7
O carangueijo levou preso o tubarão
Am D7
O siri sequestrou a sardinha
G
Tentando fazer confessar
G7
O guaiamu que não se apavora
G7 C
Disse: eu que vou investigar
Cm D7 G
Vou dar um pau nas piranhas la fora
E7 Am D7 Dm G7
Voces vão ver, elas vão ter que entregar
C D7 G
Vou dar um pau nas piranhas lá fora
C D7 G
Voces vão ver, elas vão ter que entregar
Am D7 G E7
Logo ao saber da notícia a tainha tratou de se mandar
Am D7 G
Até o peixe espada também foi se entocar
G7 E7
Malandro foi o peixe galo
Am Cm
Bateu asas e voou
G D7 G
Até hoje eu não sei como a briga terminou
G7 E7
Malandro foi o peixe galo
Am Cm
Bateu asas e voou
G E7 G
Até hoje eu não sei como a briga terminou

Novos Baianos

english mobile

Os Novos Baianos foram um exemplo lapidar de um grupo pautado na base cultural brasileira, mas com toda uma preocupação de ter um som com elementos universais. Ativo entre os anos de 69 e 79, o grupo lançou oito trabalhos que viraram marcos no contexto da música popular brasileira e até do rock brasileiro dos anos setenta.

Utilizando-se de diversos gêneros musicais brasileiros, o grupo cozinhou em seu caldeirão João Gilberto, Luiz Gonzaga, choro, afoxé, e toda a parafernália eletrica de Dodô a Jimmy Hendrix. Os Novos Baianos tornaram-se emblemáticos dentro da indústria cultural brasileira pela constante referência às matrizes musicais nordestinas incorporando também tangos, sambas e boleros, operando a clássica infusão tropicalista, divulgada alguns anos antes pelos seus conterrâneos tropicalistas Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Tom Zé.

Influenciados pela contracultura e pela emergente Tropicália, Luiz Dias Galvão (Juazeiro/Ba, letras) Moraes Moreira (Antônio Carlos de Moraes Pires Moreira -Ituaçu/Ba, 08/07/47), Paulinho Boca de Cantor (Paulo Roberto de Figueiredo -Santa Inês/Ba, 28/07/47), Baby do Brasil - ex-Baby Consuelo (Consuelo Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade -Niterói/RJ, 12/05/52) tocam juntos pela primeira vez em Salvador, no show Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio, em 69. Ainda neste ano se inscrevem no V Festival de MPB da TV Record, com a música De Vera.

Primeiro LP com influência Tropicalista

O primeiro disco é tido como um petisco tropicalista para os colecionadores e marca a estréia musicada do poeta Galvão, que com seu lirismo louco e canábico soube retratar bem os vários temas ligados à sua geração e que mantém elo identificatório até com as gerações mais novas. Estrada, futebol, as ladeiras e belezas da Bahia, tudo foi cantado pela lira juazeirense de Galvão.

Nas apresentações em palco e gravações, o grupo era acompanhado inicialmente pelo grupo "Os Leifs" , do qual faziam parte Pepeu Gomes e seu irmão baterista, Jorginho Gomes. O guitarrista Pepeu Gomes, que logo iria s casar com a vocalista da banda, ao se incorporar definitivamente ao grupo, passa, juntamente com Moraes Moreira, a ter um papel de arranjador musical no Novos Baianos, o que ficou mais perceptível nos últimos discos.

Em 71, se fixam no Rio de Janeiro em uma cobertura e no ano seguinte mantém contato com João Gilberto, que passa alguns dias com eles. Sobre o episódio, Galvão comentaria mais tarde que, quando viu um senhor usando terno e gravata, achou que se tratava de um agente da Polícia Federal.

O estouro nacional com o segundo LP

A influência do já consagrado bossanovista foi sentida no próximo album, o clássico Acabou Chorare ,lançado pela Som Livre, e seria decisiva em outros albuns quando se tentou uma fusão de rock com MPB. Este disco se configurou no único momento de carreira da banda em que foram unanimidade de público e crítica.

A projeção nacional vem com os hits, Preta Pretinha , Besta é tu e a regravação de Brasil pandeiro, homenagem do grupo a outro baiano, o compositor santoamarense , Assis Valente.

Por essa época, o grupo incorpora à sua formação o subgrupo A Cor do Som, composto por Pepeu Gomes, seu irmão Jorginho Gomes (Jorge Eduardo de Oliveira Gomes -Salvador/Ba, 23/08/54) na bateria, Dadi (Eduardo Magalhães de Carvalho - Rio de Janeiro/RJ, 16/08/52), no baixo; e José Roberto Martins Macedo (São Paulo, 15/08/50), o Baixinho, na percussão e Bolacha (Carlos Alberto Oliveira) na percussão. O subgrupo acaba por servir de sólida base ritmica para o som elétrico dos Novos Baianos.

Com este novo núcleo eles tinham um regional onde os vários membros tocam percussão, bandolim, cavaquinho e pandeiro passeando prelos choros, rocks frevos e baiões como se tudo isso tivesse nascido junto . O núcleo vocal era formado por Baby Consuelo, Moraes e Paulinho Boca de Cantor.

Em 73, já fixados num sítio no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, passam a dividir o tempo entre a música e futebol contando com a presença de visitantes ilustres como o ex-atacante do Flamengo, Afonsinho. Neste aspecto, os Novos Baianos conseguiram realizar uma obra de qualidade duradoura e inovadora, em termos rítmicos e líricos.

Em pleno clima de fechamento das liberdades democráticas por conta do regime militar, viviam como uma comunidade quase que anárquica. Fruto dessa convivência existencial e artística, o grupo lança o álbum Novos Baianos Futebol Clube, de 73, lançado pela Continental.

Destaques desse LP são as faixas: O samba da minha terra, de Dorival Caymmi, numa releitura com arranjos que se dissolvem numa orgia de guitarras; e Alimente, um chorinho-baião instrumental. No ano seguinte, lançam Novos Baianos, ainda com Moraes Moreira, que parte para carreira-solo. Este álbum tem como destaque a faixa O rei da Bola, um frevo afro de Moraes, Pepeu e Galvão, que homenageia o futebol brasileiro.

O início do fim

Desfalcado de Moraes, co-autor da maioria das letras em parceria com Galvão, os Novos Baianos tem na figura de Pepeu Gomes o seu eixo instrumental, fato que fica perceptível no álbum seguinte Vamos para o Mundo. O grupo ganha o reforço do dançarino Gato Félix para dar maior enfoque cênico às apresentações. Neste álbum predominam as faixas instrumentais que são calcadas no choro, samba, baião e outros gêneros enraizados na cultura popular nordestina.

O próximo álbum, Caia na estrada e perigas ver pela gravadora Tapecar traz a regravação samba eletrizado Ziriguidum de Jackson do Pandeiro, e o choro Brasileirinho, de Waldir Azevedo. A faixa-título, um frevorock-carnavalizado, tem a letra baseada nos dísticos escritos em fundos de caminhões.

Em 76, Dadi deixa os Novos Baianos e forma um novo A Cor do Som, sendo substituído por outro irmão de Pepeu, Didi (Eduardo Gomes Oliveira Salvador/Ba ). As modificações na formação da banda incluem, também, a entrada de Charles Negrita na percussão e a saída de Gato Félix.

Já enfraquecidos pelo processo embrionário das carreiras-solo de Pepeu, Baby e Paulinho, o grupo lança, em 77, um disco cheio de frevos e sambas carnavalescos chamado Praga de Baiano. Neste momento os Novos Baianos já tinham se tornado uma banda de trio elétrico do carnaval de Salvador, tendo sido Baby a primeira cantora a cantar neste tipo de evento.

O último trabalho, Farol da Barra, lançado em 78, traz o último sucesso do grupo, a bossa que é a faixa título, parceria de Caetano Veloso e Galvão. Além disso dois compositores da tradicional MPB são homenageados: Ary Barroso, com Isto aqui, o que é? Dorival Caymmi com Lá vem a baiana. No ano seguinte, os integrantes do grupo de forma consensiosa resolvem encerrar as atividades.

Em 87, Baby , Pepeu, Morais e Paulinho Boca de Cantor voltam a se reunir para uma única apresentação na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA) na reabertura do espaço. Outro reencontro acontece no Carnaval de 90, quando Baby, Pepeu, Moraes e Paulinho cantam num trio elétrico nas ruas de Salvador. Neste mesmo ano, Moraes e Pepeu retomam a antiga parceria num novo LP e numa turnê pelo Brasil.

Em 97, o poeta, letrista e cantor Galvão depois de publicar a autobiografia do grupo intitulada Anos 70: Novos e Baianos consegue reunir a formação original da banda e lançar o CD (duplo) Infinito Circular, que reúne antigas e novas composições do grupo, dentre elas a faixa-título, cantada por Galvão, que faz um resumo da ideologia libertária destes. Para os velhos fãs, clássicos cantados por Moraes, Paulinho, Pepeu e Baby. O futuro do grupo de acordo com as últimas declarações depende da disponibilidade de tempo oferecida pelos projetos individuais de cada membro dos "Novos Baianos".

Fonte: Novos Baianos - Biografia

Iolanda Osório

english mobile

Iolanda Osório, cantora, teve uma curta carreira fonográfica no começo da década de 1930 apresentando ainda em Cassinos e Rádios. Estreou em disco em 1930 gravando pela Brunswick com o Grupo Desafiadores do Norte o samba Chô arara, de João Miranda. No segundo disco cantou com o mesmo grupo o samba Dona Toínha, de João Miranda. Em seguida, gravou a embolada Aí baiano e o samba Devagá cá mesa, de João Miranda e a toada O peso do pesado, de João Frazão, também com o grupo Desafiadores do Norte.

Em seu primeiro disco solo gravou o samba-fox A terra dos navá, de Henrique Vogeler e o samba Sinarzinho de Ioiô, de Henrique Vogeler e Rocha com acompanhamento da Orquestra Brunswick sob direção de Henrique Vogeler. Com a mesma orquestra gravou ainda nesse ano os sambas Orgulhosa, de João da Gente e Até quebrar, de Chernovia Leão. Com o grupo Desafiadores do Norte gravou o samba Jandira, de Romualdo Miranda. Ainda nesse ano, registrou os sambas Chorei, de Benedito Lacerda e Ingratidão, de Jaci Pereira e Benedito Lacerda e a marcha Eu quero casar, de Lamartine Babo.

Lançou em 1931 os sambas Gaivota do amor, de Caninha e Desconfiado, de Altamiro Godinho; os maxixes Sonho brasileiro, de Bonfiglio de Oliveira e Lamartine Babo e Larga o osso, de F. Correia da Silva e as marchas Oh Iaiá! e Eu só gosto de você, da dupla Artur Castro e A . Henriques. Ainda nesse ano, lançou o choro-canção Meus ciúmes, de Sinhô; as marchas Os moços de hoje, de Lamartine Babo e J. Machado e Boa roupa, de Pedro Cabral e Dan Málio Carneiro e o samba Me deixa em paz, de Loló Uerba.

Ainda em 1931, gravou um disco pela Odeon com a marcha Não vá embora, de Júlio Casado e M. Campos e o samba Tudo virou, de A . R. de Jesus com acompanhamento da Orquestra Copacabana do Cassino Copacabana. Em 1932, transferiu-se para a gravadora Columbia e lançou em seu primeiro disco no selo as músicas Mulher bonita e Enferrujado cujos autores não apareceram no selo do disco. Gravou também as marchas Arrastão, de Vitor Hugo de Albuquerque e Marcha ortográfica, de Jorge P. Nóbrega. Ainda nesse ano, gravou o tango Por que razão?, de Alfredo Gama e a marcha Paquita meu bem!..., do mesmo autor e registrada em dueto com o cantor Ildefonso Norat.

Gravou 18 discos com 33 músicas pelas gravadoras Odeon, Columbia e Brunswick registrando músicas de compositores como Henrique Vogeler, João da Gente, Lamartine Babo, Benedito Lacerda; Bonfíglio de Oliveira e João Miranda.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

José Vasconcelos

english mobile

José Vasconcelos (José Tomás da Cunha Vasconcelos Neto), humorista e ator, nasceu em Rio Branco, Acre, em 20 de março de 1926. Estreou profissionalmente no programa de rádio Papel Carbono de Renato Murce (1941).

Tornou-se célebre por fazer imitações perfeitas das vozes de outros locutores, como a imitação de Ary Barroso apresentando um programa de calouros. Imitava, também, Theófilo de Vasconcelos, Lauro Borges e Castro Barbosa, dentre muitos outros.

Estreou no cinema em Este Mundo é um Pandeiro (1947). Destaca-se no teatro e TV do Brasil e de Portugal. Produziu e atuou no primeiro programa humorístico da televisão brasileira, A Toca do Zé, exibido pela TV Tupi de São Paulo em 1952.

Em 1960, gravou um disco pela Odeon, Eu Sou o Espetáculo, sendo provavelmente o primeiro humorista a vender mais de 100 mil cópias de um LP do gênero. Seu sucesso abriu caminho para que outras gravadoras investissem no segmento, mas o próprio Vasconcelos não conseguiu repetir o êxito de sua primeira gravação.

Em 1964, ao visitar a Disneylândia, em Los Angeles, José Vasconcelos teve a idéia de construir a "Vasconcelândia", uma cidade infantil, numa área de um milhão de metros quadrados, no município de Guarulhos, SP. Tratou-se de um audacioso, no qual ele investiu, por mais de 10 anos, todos recursos que obteve em mais de vinte anos de carreira. Não obteve nenhum apoio oficial - a proposta que fez a Embratur até hoje permaneceu engavetada.

Com recursos próprios, fez terraplanagem do local, construiu restaurante, administração, um parque de diversões e o projeto de cine drive-in. Buscou apoio com poderosos grupos empresariais - especializados na realização de feiras populares - oferecendo sociedade em sua projetada Vasconcelândia, mas não obteve sucesso. O projeto quase o levou à falência e foi abandonado para enorme tristeza do humorista.

Continuou trabalhando na TV, em papéis como o do gago "Rui Barbosa Sa-Silva" na Escolinha do Professor Raimundo, além de se apresentar em casas de espetáculos por todo o Brasil.

José Vasconcelos conta histórias de bichos

Fontes: Wikipédia, Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro, MIllarch.

Gilvan Chaves

english mobile

Gilvan Chaves

Gilvan Chaves (Gilvan de Assis Chaves), compositor, cantor e instrumentista, nasceu em Olinda PE (20/9/1919) e faleceu em São Paulo SP (12/8/1986). Desde criança cantava para a família. Aos 13 anos apresentou-se pela primeira vez em público, no Salão Pio X, em Olinda. Aos 17 anos aprendeu a tocar violão, com um amigo, e compôs sua primeira música, Tiro errado, que não chegou a gravar.

Em 1944 ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife PE, convidado pelo maestro Nelson Ferreira, tocando violão e cantando toadas e cantigas regionais no programa Divertimentos Guararapes, produzido por Ziul Matos, atuando ao lado de Sivuca, Luiz Bandeira, José Tobias e, mais tarde, Paulo Molin. Nessa época, como vocalista e violonista, fez parte dos grupos Ases do Ritmo (1945), Os Boêmios (1946) e Conjunto Paraguaçu (1949). Participou, cantando, das inaugurações da Rádio Jornal do Comércio (1949) e da Rádio Tamandaré (1951).

Em 1952 transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em 1954 começou a se apresentar na Rádio e TV Tupi, no Rio de Janeiro e em São Paulo SP. Logo depois, realizou várias temporadas no Norte e Nordeste, em televisão, rádio, clubes e boates, não só como cantor, mas também como contador de “causos” (histórias humorísticas).

Estreou em disco em 1955, interpretando Pregões do Recife (domínio público) na Mocambo (hoje Rozenblit). Um de seus maiores êxitos foi sua primeira composição gravada, o rasqueado Moça bonita (com Alcir Pires Vermelho ), em 1953. Além dessa, destacaram-se Prece ao vento (com Alcir Pires Vermelho e Fernando Luís da Câmara Cascudo), grande sucesso nacional, e O gemedor, as três gravadas pelo Trio Nagô, na Sinter.

Fez também sucesso como cantor, interpretando seus arranjos de Pregões do Recife, Casamento aprissiguido (Rui Morais e Silva) e Pastoril do véio Cebola (domínio público), em gravações da Mocambo. Gravou seis LPs, dos quais dois na Rozenblit, dois na Columbia, um na Musidic e um na Equipe. Recebeu medalha de ouro do Diário da Noite e o prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro como melhor cantor de folclore.

Em 1958 tornou-se membro-titular da Sociedade Brasileira de Folclore, indicado por Luís da Câmara Cascudo que, nesse mesmo ano, assinou a contracapa do seu LP Encantos do Nordeste, lançado pela Columbia.

Em 1975, a Rozenblit (Recife) produziu um LP com seus principais sucessos, Gilvan Chaves, no qual ele próprio interpreta Casamento aprissiguido, Lá no Norte, Farinha fina, O entarte do espelho, Pregões do Recife, O gemedor, Massarico (c/Aldemar Paiva), Cadê a bolacha (de Jurandy Borges da Costa), Meu bom, Pé de jerimum (de Rui de Morais e Silva), Vento terrá, Pastoril do Velho Cebola e Aboio.

Em 1982 lançou, pela Continental, um compacto com baiões, toadas e um monólogo de sua autoria, “O homem do cavalo” Foi produtor e apresentador da Rádio Nacional de Brasília DF.

Obras: Areia macia (c/Ziul Matos), samba-canção, 1960; Dei ao mar pra guardar, toada, 1956; Fé em Deus (c/Oldemar Magalhães), baião, 1960; O gemedor, baião, 1955; Moça bonita (c/Alcir Pires Vermelho), rasqueado, 1953; Mocambo de pala, toada, 1956; Morena praieira, baião, 1955; Prece ao vento (c/Alcir Pires Vermelho e Fernando Luís da Câmara Cascudo), baião, 1954; Quem é que vai?, xótis, 1957; Riqueza de pescador, coco, 1960; A vida passou, samba, 1957; Zabelê (c/Péricles Leal), samba, 1970.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira -Art Editora / PubliFolha.