quarta-feira, 16 de maio de 2007

Jacob do Bandolim

english mobile

Jacob do Bandolim
Filho único do farmacêutico Francisco Gomes Bittencourt e de Raquel Pick, uma polonesa foragida da Primeira Grande Guerra, Jacob Pick Bittencourt nasceu (em 14.02.1918) e foi criado no bairro carioca da Lapa. Percebendo a sua atração pela música, a mãe deu-lhe aos doze anos um violino, logo substituído por um bandolim, instrumento que ele desejava sem saber bem por que.
Aplicado, persistente e dotado de vocação para o autodidatismo, Jacob, ainda adolescente, já podia ser considerado um bom bandolista, com razoável domínio do cavaquinho e do violão. Isso o animou a formar um pequeno conjunto para acompanhá-lo em participações em programas radiofônicos, o que o levaria à profissionalização.
Como o que ganhava com a música era pouco, exerceu paralelamente as atividades de vendedor-pracista, prático de farmácia e corretor de seguros até 1940, quando, a conselho do compositor Donga, prestou concurso e foi nomeado escrevente juramentado da Justiça do Rio de Janeiro. Na ocasião, casado com Adília, já era pai de Sérgio e Helena.
Depois de muitos anos de rádio e participações em gravações alheias, Jacob gravou em 1947 o seu primeiro disco solo, um 78 rpm da Continental que apresentava o choro Treme-Treme, de sua autoria, e a valsa Glória, de Bonfiglio de Oliveira. Ainda na Continental, gravaria nos anos seguintes mais seis fonogramas, cinco dos quais: Flamengo, de Bonfiglio, Flor amorosa, de Joaquim Antônio da Silva Callado, Cabuloso, Remelexo e Salões Imperiais, de sua autoria.
Em 1949 transferiu-se para a RCA, onde gravaria até o final da vida um total de 47 discos 78 rpm, vários compactos e mais de dez LPs. Gravaria ainda, na CBS, a suíte Retratos, composta especialmente para ele por Radamés Gnattali.
Além do músico virtuoso, que revolucionou a técnica do bandolim criando uma nova maneira de tocá-lo e elevando-o à categoria de principal instrumento solista do choro, ao lado da flauta, Jacob entra para a história da MPB como um excelente compositor, responsável por obras-primas como Doce de Coco, Noites cariocas, Salões Imperiais e Vibrações, entre outras.
O mais surpreendente é que ainda arranjou tempo para dedicar-se à pesquisa musical, sempre com a seriedade e o espírito de organização que o caracterizavam. Fiel ao preceito de que o êxito do solista muito dependente da competência dos músicos que o acompanham, Jacob jamais abriu mão de sua total liderança sobre os conjuntos com os quais atuou. Segundo Sérgio Cabral, seus companheiros sabiam bem que diante de um erro, "bastava um simples olhar seu, mais violento do que qualquer espinafração".
O mais importante conjunto ligado a Jacob, que sobreviveu ao seu desaparecimento, é o Época de Ouro. Formado em 1959, quando o mestre lança o LP homônimo, o grupo tem como núcleo básico os violonistas Horondino Silva (Dino 7 Cordas), César Faria e Carlos Carvalho Leite (Carlinhos) e o pandeirista Jorge da Silva (Jorginho do Pandeiro).
Jacob Bittencourt morreu aos 51 anos de enfarte do miocárdio, na sexta-feira, 13 de agosto de 1969. Na ocasião, regressava de uma visita a Pixinguinha, seu ídolo maior.
(Jairo Severiano)
Fonte: Encarte da Enciclopédia Musical Brasileira distribuído pela Warner Music Brasil Ltda.

J. B. de Carvalho

english mobile

J. B. de Carvalho (João Paulo Batista de Carvalho), cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 24/12/1901 e faleceu em 24/8/1979. Iniciou carreira artística em 1931, na extinta Rádio Cajuti, liderando o Conjunto Tupi, que interpretava corimás, músicas cantadas durante os rituais de macumba.
No repertório do grupo estava incluído o seu batuque Cadê Viramundo, depois gravado com sucesso pelo próprio conjunto e mais tarde por Xavier Cugat. O Conjunto Tupi foi um dos primeiros a ter programa de umbanda em rádio, durante muitos anos, além de realizar inúmeras gravações na Odeon.
O grupo se apresentou na maior parte das emissoras cariocas, sendo freqüentemente interrompido pela polícia, que invadia os auditórios de seus programas, quando as pessoas entravam em transe ao ouvir os pontos de macumba e orações. Foi preso inúmeras vezes, sempre dizendo que saia livre graças a sua amizade com Getúlio Vargas.
Em 1937 obteve grande êxito no Carnaval com o samba Falso amor (com Osvaldo Silva), gravando com sucesso, na Odeon, a batucada Poeira (J. Santos e Abigail Moura), em 1940, e a marcha Pó de mico (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), em 1941.
Ainda na Odeon, gravou com Eladir Porto o batuque africano Ponto do caboclo Rompe-Mato (com Nelson Trigueiro), em 1941, além das macumbas Pai Xangô (com E. Silva e H. Almeida) e São Jorge Guerreiro (Amado Régis), lançados em 1943, com acompanhamento de Garoto e seu conjunto.
Afastado do rádio em fins da década de 1960, reapareceu em 1971, na Rádio Carioca, com A Carioca dos Terreiros, programa de grande audiência e popularidade, realizado por ele com a colaboração do locutor Moreira e de seu filho, J. B. Júnior, pandeirista e compositor da Portela.
Conhecido também como O Batuqueiro Famoso, gravou alguns dos maiores sambas cariocas, como Juro (Milton de Oliveira e Haroldo Lobo), em 1937, Só um novo amor (Max Bulhões) e Foste embora (Djalma Esteves, Raul Resende e Carlos de Almeida), ambas em 1938.
A partir de fins da década de 1960 passou a gravar uma série de LPs de pontos de macumba e outras musicas de terreiro, muito vendidos em casas de artigos de umbanda de todo o Brasil.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Jaime Redondo

english mobile

Jaime Redondo (Jaime Fomm Garcia Redondo), cantor, compositor, ator, nasceu em São Paulo/SP em 29/10/1890 e faleceu em 5/12/1952. Era filho do engenheiro e escritor Manoel Ferreira Garcia Redondo (1854—1916), fundador e primeiro ocupante da cadeira 24 da Academia Brasileira de Letras.
Desde pequeno tocava violão, piano e compunha. Cantou na Rádio Educadora Paulista, a primeira de São Paulo, fundada em 1923, da qual foi diretor de música popular. Foi pioneiro da gravadora Columbia de São Paulo. Não gravou em outra etiqueta e de 1929 a 1931 totalizou 27 discos com 50 músicas.
Seu maior sucesso foi a canção de sua autoria Saudade, lançada em seu segundo disco. Também foram sucessos Ao cair do pano, valsa (Sherman e Lewis, versão sua de 1929) e sua canção de 1930, História de Jaci.
Cantou no filme de Wallace Downey, Coisas nossas, de 1931. No cinema foi produtor, diretor, argumentista e ator. No filme Lei do inquilinato, de William Schoucair (1926), além de ator foi argumentista e fotógrafo e em 1927 produziu, dirigiu e atuou no filme Flor do sertão.
Depois de deixar de ser cantor, foi diretor artístico do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. Em 1950 compôs com Vicente Paiva o famoso samba-canção Ave Maria, gravado por Dalva de Oliveira no mesmo ano.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Jamelão

english mobile

Jamelão
José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão, nasceu na Rua Fonseca Teles, no bairro carioca de São Cristóvão, no dia 12 de maio de 1913. Conhecido por sua bela voz e sua enorme versatilidade, nosso "Gogó de Ouro" atravessa a passarela da música popular brasileira de um extremo ao outro; como cantor de samba e também como intérprete de belas canções de dor-de-cotovelo, principalmente Lupicínio Rodrigues.
Puxador de samba, jamais! Ele sempre diz: “Puxador é ladrão de carro. Eu não puxo samba coisa nenhuma, eu interpreto”. E como interpreta! Em sua longa estrada no carnaval verde e rosa da Mangueira, quando sua voz poderosa ecoa na avenida dizendo os primeiros versos de um samba enredo, é puro júbilo popular. Até quem não é mangueirense se emociona com sua voz e vitalidade. Para chegar até aí, percorreu um longo e tortuoso caminho.
Tudo começou quando, aos dez anos, cismou em aprender a tocar bandolim e cavaquinho, presente do pai, um pintor de paredes. José Bispo tinha quatro irmãos e aos quinze anos, quando o pai foi embora com outra mulher, precisou ir trabalhar na fábrica de tecidos Confiança, em Vila Isabel, para ajudar a mãe nas despesas de casa. Trabalhou também como jornaleiro e costuma dizer que sua voz foi treinada nos pregões que gritava para vender jornal.
Ao mesmo tempo, sem nenhuma pretensão, freqüentava as gafieiras da cidade e se tornou íntimos dos músicos e, um dia, foi convidado para cantar na Gafieira Jardim do Meyer. O sucesso foi tanto que logo surgiram outros convites e ele passou a ser "crooner" de diversos "dancings" da cidade.
Foi no Jardim do Méier que ganhou o apelido de Jamelão. Seu Euclides, o gerente, na hora de anunciá-lo não sabia bem o seu nome e, numa alusão à sua cor, idêntica a da fruta, chamou-o pelo nome de Jamelão e o apelido ficou para sempre.
No final da década de 40 ele resolveu tentar o rádio. Primeiro passou pela Rádio Clube do Brasil, depois Rádio Guanabara e, por fim, a Rádio Tupi. No período de 1957 a 1965 Jamelão participou do "cast" da Rádio Nacional. Fez também filmes com Oscarito e Grande Otelo nos tempos da Atlântida.
Na década de 50 gravou seu primeiro LP, com o samba Maior é Deus, de Felisberto Martins. Foi neste tempo também que o samba-enredo ganhou dimensão e, desde essa época, passou a "interpretar" os sambas da Estação Primeira de Mangueira sendo sempre campeão em suas interpretações na avenida.
Na década de 60 aproximou-se de Lupicínio Rodrigues, tendo gravado, de início, duas de suas músicas num LP: Ela disse-me assim e Exemplo. Depois, gravou outras tantas e, até hoje, é considerado seu melhor intérprete. Além de outras interpretações de dores-de-cotovelo como Castigo, de Dolores Duran; Matriz ou filial de Lúcio Cardim e Um dia hás de pagar, dele próprio.
Passado o tempo, e com um público fiel à sua bela voz, em 1977, num show do Seis e Meia, no Teatro João Caetano foi recorde de público na época (duas mil pessoas por dia). Em 1987 conseguiu realizar um grande sonho: gravar um disco só com músicas de Lupicínio Rodrigues, considerado pela crítica um dos melhores discos daquele ano. Casado há mais de 50 anos com D. Delice, tem uma única filha.

Jaime Vogeler

english mobile

Jaime Vogeler (Jaime da Rocha Vogeler) nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 11 de maio de 1906 e herdou de sua família o gosto pela música. Muitos dos Vogeler foram talentosos artistas, como o famoso compositor Henrique Vogeler, seu tio-avô, e o grande desenhista, Jorge Vogeler, seu pai, além do produtor e autor Dalton Vogeler, seu sobrinho.
Em 1929, gravou seu primeiro disco, pela Parlophon com a valsa O pagão (Canção de amor), de N. H. Brown e o fox canção Minha Tônia, de Brown, De Sylva e Henderson.
Em 1930, transferiu-se para a Victor e lançou o samba Loiras e morenas, de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano. No mesmo ano, gravou as canções Canção dos namorados, de J. B. Cavalcânti e Devaneios, de C. Rodrigues e Lamartine Babo.
Em 1931, gravou mais dois discos pela Parlophon com a canção Abismo de amor e o tango Infeliz amor, de Cândido das Neves e a valsa Teu nome, de Glauco Viana e o samba Tu foste má, de Mário Lopes de Castro. No mesmo ano, transferiu-se para a Odeon e lançou dois discos. No primeiro, gravou a marcha Bonde errado, de Lamartine Babo e o samba Olha a crioula, de Almirante e João de Barro e no segundo, a marcha Não dou, de Djalma Guimarães e o samba Encurta a saia, de Júlio Casado, Almirante e João de Barro. Estas composições foram premiadas respectivamente do primeiro ao quarto lugar no concurso para escolher as melhores músicas para o carnaval daquele ano.
Ainda no mesmo ano, gravou com acompanhamento da Orquestra Copacabana a canção Meu amorzinho foi-se embora, de André Filho, o fox trot Como é gostoso amar, de Glauco Viana e Lamartine Babo e a marcha rancho Gegê, de Eduardo Souto e Getúlio Marinho.
Em 1932, gravou, também com acompanhamento da Orquestra Copacabana, o cateretê Lá no sertão, de Eduardo Souto e Eustórgio Vanderley e a reza de malandro Samba nosso, de Eduardo Souto e Benoit Certain. No mesmo ano, gravou a primeira composição de sua autoria, o samba De você tenho saudade, parceria com Américo de Carvalho.
Em 1933, gravou duas composições de Assis Valente: a marcha Felismina e o samba Acabei a paciência com acompanhamento da Orquestra Copacabana. Gravou também as marchas A verdade é essa, de Freitinhas e Vai haver o diabo, de Benedito Lacerda e Gastão Viana e os sambas Não sei o que vou fazer, de Heitor dos Prazeres e Até dormindo sorriste, de Getúlio Marinho e Valdemar da Silva.
Em 1934, lançou mais três composições de sua autoria, os sambas Triste despertar, parceria com Kid Pepe e Não sei porque e a valsa Suprema agonia. No mesmo ano, gravou o samba Promessa, parceria com Max Bulhões e a marcha Olha pro céu, de Ciro de Souza.
No ano seguinte, gravou a marcha Tão boa, de Nonô e Francisco Matoso e os sambas Quero evitar, de Max Bulhões e Wilson Batista e Vem rompendo a madrugada, de Cristóvão de Alencar e Sílvio Pinto. Ainda no mesmo ano, gravou a valsa Lela, de Benedito Lacerda e Jorge Faraj e o samba Cãozinho sem dono, de Benedito Lacerda com acompanhamento da Orquestra Copacabana.
Ainda em 1935, gravou um único disco pela Columbia com a marcha Deixa essa gente falá e o samba Meu amor nunca foi da cidade, da dupla Saint Clair Sena e Ronaldo Lupo. Em 1936, gravou a marcha Onde você mora?, de Valfrido Silva e Bonfiglio de Oliveira e o samba Escola do amor, de Valfrido Silva e Osvaldo Santiago. Ainda no mesmo ano, gravou com acompanhamento de Antenógenes Silva ao acordeom a valsa A minha alucinação o tango Léa e a marcha Mulata sem sê-lo, todas de Antenógenes Silva e Ernâni Campos.
Em 1937, lançou para o carnaval a marcha Cuidado com essa morena, de Nássara e Cristóvão de Alencar e o samba Amar é muito bom, de Zé Pretinho e Manoel Ferreira. No mesmo ano, gravou os sambas Não fiz nada, de Zé Pretinho e Roberto Martins, Você precisa amar, de Zé Pretinho e Valdemar Silva e Eu fui fiel, de Zé Pretinho e Manoel Ferreira.
Em 1938, gravou seu último disco com a marcha Você faz tudo, de Antônio Almeida e o samba Bem feito, de Antônio Almeida e Léo Cardoso. Por essa época, começou a se afastar da carreira artística devido a problemas na garganta. Gravou 40 discos, sendo algumas composições suas, com 82 músicas ao todo, muitas das quais foram incluídas em seleções comemorativas do selo Revivendo, em LPs e CDs, a partir dos anos 1990. Jaime Vogeler faleceu em 7 de agosto de 1966, no Rio de Janeiro.

Jesy Barbosa

english mobile

Jesy Barbosa (Jesy de Oliveira Barbosa), cantora, violonista, jornalista e poetisa, nasceu em Campos/RJ em 15/11/1902, e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 30/12/1987. Filha de um jornalista e mãe musicista, tocava violão e teve aulas de canto.
Iniciou carreira profissional em 1928, na Rádio Sociedade, no Rio de Janeiro a convite de Roquete Pinto. Pioneira da gravadora Victor, em 1928 lançou seu primeiro disco, com as canções Olhos pálidos, de Josué de Barros, e Medroso de amor, de Zizinha Bessa, nas quais colocou os versos.
De 1929 a 1933 lançou 26 discos, quase todos na Victor, interpretando composições de Marcelo Tupinambá, Joubert de Carvalho, Cândido das Neves, Gastão Lamounier, Henrique Vogeler, entre outros.
Seus maiores sucessos foram as canções Minha viola e Sabiá cantador (ambas de Randoval Montenegro), a canção-toada Volta (1930, de M. Lopes de Castro), o tango Queixas (1932, de Zelita Vilar e Rhea Cibele), e o fox-canção Saudades do arranha-céu (1933, de J. Tomás e Orestes Barbosa), pela Columbia.
Foi eleita Rainha da Canção Brasileira em 1930, em concurso promovido pelo Diário Carioca. No ano seguinte, foi elogiada pelo príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VIII da Inglaterra, que visitava o Rio de Janeiro; em sua homenagem, gravou o tango Príncipe de Gales (Gastão Lamounier e M. Lopes de Castro).
Além da carreira de cantora, desenvolveu intensa e variada atividade intelectual: foi contista, teatróloga, conferencista e poetisa, tendo publicado Cantigas de quem perdoa, Livraria Freitas Bastos, São Paulo, 1963.
Trabalhou em várias revistas e jornais, e na Rádio Globo foi redatora durante nove anos, além de radioatriz, novelista e apresentadora. Segundo Orestes Barbosa no livro "Samba", de 1933, sua especialidade eram "as canções de emoção e pensamento".

João Dias

english mobile

João Dias (João Dias Rodrigues Filho), cantor, nasceu em Campinas/SP em 12/10/1927 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 27/11/1996. Iniciou carreira em 1948 na Rádio São Paulo, para onde foi levado por Cardoso Silva.
No ano seguinte, estava na Rádio Bandeirantes e, em 1950, foi descoberto por Francisco Alves, quando se apresentava na boate Cairo, em São Paulo SP, sendo levado para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco na Odeon, com Guacyra (Hekel Tavares e Joraci Camargo) e Canta, Maria (Ary Barroso).
No ano seguinte alcançou grande sucesso com a gravação de Sinos de Belém (Jingle Bells, versão de Evaldo Rui) e Fim de ano (Francisco Alves e David Nasser), que a partir desse ano são regravados pela Odeon na época do Natal.
Em 1952 gravou na Odeon seu primeiro grande sucesso carnavalesco, Grande Caruso (Denis Brean e Osvaldo Guilherme), e em novembro do mesmo ano estreou na Rádio e TV Tupi, do Rio de Janeiro, com o programa semanal Audição João Dias, que ficou no ar por um ano.
Transferiu-se em 1953 para a Rádio Nacional, com um programa aos domingos, passando em seguida a apresentar-se em várias emissoras de televisão por todo o país. Conquistando grande popularidade, em 1955 seu programa da Rádio Nacional passou a ser apresentado no horário antes ocupado pelo de Francisco Alves, que ficara no ar por vários anos.
Mudou para a gravadora Copacabana, gravando em 1956, com Ângela Maria, o sucesso Mamãe (Herivelto Martins e Davi Nasser). Três anos depois estava na CBS, lançando Milagre da volta (Fernando César e Diva Correia), com muito êxito.
Em 1961 voltou para a Odeon, onde gravou um LP de tangos, de grande sucesso e vendagem, tendo ainda lançado em disco versões de músicas já consagradas. Viajou com Dalva de Oliveira por todo o país, depois de regravar o sucesso Brasil (Benedito Lacerda e Aldo Cabral).
Foi o idealizador e responsável pela Lei de Direito Conexo, que, tendo sido aprovada e regulamentada em 1968, garante ao intérprete receber direitos pela execução posterior de suas gravações, o que anteriormente era restrito aos autores.
Em 1975, lançou pela Odeon o LP comemorativo de seus 25 anos de carreira, com músicas de compositores atuais. Ao todo, lançou pela Odeon seis LPs e um pela Copacabana, além de lançar em média dois a três discos por ano. Considerado o “herdeiro de Francisco Alves”, de quem foi grande amigo, ficou conhecido também com o slogan de Príncipe da Voz.
Entre seus maiores sucessos, destacam-se, além dos já citados, a marcha do Carnaval de 1966 É o pau, e o pau (Jujuba e Rodrigues Pinto), Quando eu era pequenino (Davi Nasser, Francisco Alves e Felisberto Martins), Canção dos velhinhos (René Bittencourt) e Silêncio do cantor (Joubert de Carvalho e David Nasser).
Em 1975 lançou um LP comemorativo de seus 25 anos de carreira. No ano em que faleceu 1996, dirigia a Socimpro, Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos. Com 45 anos de carreira, gravou cerca de 320 músicas em 78 rpm, LPs e CDs.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha